Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
O técnico Higo Magalhães renovou contrato com o CSA e viajou para Goiás. Ele vai descansar um pouco e, ao mesmo tempo, traçar planos para a nova temporada. Depois de um ano tenso, o objetivo da diretoria é iniciar os treinos para 2025 no dia 15 de novembro.
Sexta-feira à tarde, Higo deu uma longa entrevista ao ge por telefone e avaliou pontos importantes de sua passagem pelo time alagoano. Contratado em maio, o técnico cumpriu o objetivo de livrar o CSA do rebaixamento.
Esse trabalho, inclusive, lembrou a sua missão no Vila Nova em 2021, quando recebeu a equipe no Z-4 da Série B e iniciou uma arrancada. O time ficou invicto por dez rodadas e terminou o returno com a terceira melhor campanha, encerrando o campeonato em nono lugar.
O treinador, de 42 anos, comparou esses dois trabalhos.
- No Vila, como eu era um funcionário permanente do clube, criei um elo com os atletas, num caminho encurtado pela confiança que foi construída anteriormente. Por acompanhar de perto, sabia qual era a situação que o time estava vivendo. Tive a oportunidade de ser o treinador principal, mas já vinha acompanhando. No CSA, foi uma experiência diferente porque você chega para resolver o problema. Até entender o contexto, até entender em que ponto-chave você vai precisar ser assertivo para energizar os atletas, para fazer eles acreditarem que é possível... Foi um desafio bem maior nesse sentido.
O técnico disse ainda que precisou fazer intervenções táticas. Segundo Higo, os atletas devem acreditar no trabalho que será desenvolvido para comprar a ideia em campo. Antes disso, no entanto, foi necessário mexer com o lado psicológico dos atletas.
- O ponto principal foi passar confiança para dentro do vestiário. Comecei a estudar muito o que aconteceu (no clube), entender o motivo principal de os atletas não performarem. A gente entendeu que, além de colocar os atletas no time por característica, existia a necessidade de recuperar a confiança no vestiário. O importante nesse momento foi falar a verdade, ser direto...
No meio da Série C, Higo e a diretoria fizeram uma reformulação no grupo. Saíram Deivity, Wellington Carvalho, Juninho Valoura, Gustavo Xuxa, Alisson Farias, Marlon, Bruno Cardoso, Marquinhos, Pedro Favela e Yuri Sena.
A base do time no final da campanha ficou com: Thomazella; Raphinha, Eduarda Biazus, Mateus Buiate e Roberto; Gustavo Nicola, Buga e Brayann; Gustavinho, Richard e Tiago Marques. Desses atletas, apenas Biazus e Tiago estavam no grupo desde janeiro, ainda sob o comando do técnico Rogério Corrêa. A maioria chegou durante a Série C.
Segundo Higo, ele percebeu que as características do time do CSA não se encaixavam no que a competição pedia. Daí veio a necessidade de chacoalhar o elenco. Ele também enxergou problemas físicos no grupo.
- Houve muitas trocas de comando e, consequentemente, isso atrapalha muito a questão física. Cada um tem sua metodologia e faz aquilo que acredita. Acredito muito na questão da característica do atleta. Precisávamos de um time mais vivo, mais rápido, para se aproximar daquilo que a competição pedia. Ela não pede um time mais técnico, pede um time mais vivo dentro de campo. Fizemos um movimento muito arriscado na troca de atletas, mas tivemos que tomar a decisão e, felizmente, deu certo.
O primeiro jogo de Higo no CSA foi contra o São Bernardo. Em 26 de maio, o time foi batido por 2 a 0 contra o São Bernardo, fora de casa, e a primeira escalação teve: Deivity; Raphinha, Eduardo Biazus, Matheus Santos e Erik; Jean Cléber (Buga), Juninho Valoura (Tiago Marques) e Dal Pian; Vitor Leque (Roger), Richard (Marquinhos) e Iury Tanque (Alisson Farias).
As mudanças radicais no elenco aconteceram entre 10 de junho e 15 de junho. No fim, o CSA terminou a primeira fase da Série C em décimo lugar, com 25 pontos, livre do rebaixamento e apenas um ponto atrás do oitavo colocado.