Ida para o Lyon, apostas: o que se sabe sobre o futuro de Luiz Henrique

 

Em campo, o camisa 7 alvinegro dispensa quaisquer apresentações. Talentoso na ponta desde que foi revelado pelo Fluminense, evoluiu fisicamente nos últimos anos, sendo um atleta cada vez mais completo. A passagem no Real Betis (Espanha) contribuiu em todos os sentidos.

Inclusive, foi no clube espanhol que John Textor buscou Luiz no início do ano, comprando-o por 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões, na cotação da época). Àquela altura, ele foi a contratação mais cara da História do Botafogo (superado depois pelo argentino Thiago Almada), assinando até dezembro de 2028.

 

O negócio, porém, guarda algumas possibilidades para a sequência de sua carreira. Adquirido pela Eagle, rede multi-clubes de Textor, que conta com clubes europeus como Lyon (França) e Crystal Palace (Inglaterra), Luiz Henrique possui um gatilho de contrato que lhe permite se transferir para o clube francês.

Há um plano para que o jogador retorne ao Velho Continente, e esse foi um dos diferenciais para que ele aceitasse jogar no Botafogo. A possibilidade despertou a curiosidade de muitos torcedores assim que o atacante chegou, mas tudo dependeria de seu desempenho no Brasil. E, até hoje, Luiz Henrique não demonstrou nenhum desejo em sair.

"Uma coisa pensada agora sobre a Europa eu não tenho. Tenho que pensar no Botafogo, no clube que estou e fazer tudo de bom lá. Um pouco mais para frente, não sei, vamos pensar nisso. Me sinto em casa no Botafogo, contente demais, com todo mundo me ajudando e sou feliz", disse ele em coletiva concedida na seleção, em setembro.

Apesar de ser uma certeza que o atleta de 23 anos retornará ao futebol europeu, não há qualquer data obrigatória no contrato para que esta transferências aconteça. E o momento deve contribuir para isso. Em 44 jogos, Luiz tem nove gols e quatro assistências, e vive a melhor fase na temporada, justamente quando se aproximam os jogos mais decisivos.

 

Outro lugar ao qual o nome de Luiz Henrique está sendo relacionado é a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, que se desenrola no Senado Federal. Apesar do atacante não ser investigado oficialmente, cartões amarelos que ele recebeu no Campeonato Espanhol, no início de 2023, em jogos do Betis contra Getafe e Celta, levantaram a suspeita de que tenha forçado punições para beneficiar apostadores.

 

Uma reportagem do site "UOL" aponta que ele teria recebido uma transferência de R$ 40 mil do tio (Bruno Tolentino) e do primo de Lucas Paquetá, meia do West Ham, investigado pela Federação Inglesa, também por receber cartões amarelos.

No caso de Luiz Henrique, nem a Federação Espanhola nem a Inglesa resolveram abrir processo, e não há qualquer investigação contra ele. 

Ainda assim, seu nome foi incluído na lista de possíveis nomes para prestar depoimento à CPI. Na última terça-feira, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da Comissão, retirou da pauta a votação do requerimento para convocar o atacante alvinegro. Só que ainda há chance que Luiz seja convocado, a depender de uma futura data de votação.

Inclusive, Kajuru deu entrevista ontem ao "Uol", confirmando que pensa em chamar o camisa 7 do Botafogo. O depoimento deve acontecer no mesmo dia que o de Paquetá, o que pode acontecer no final deste mês.

"No caso do Paquetá, você não pode de forma alguma inocentar nada, porque tem gente envolvida, tem coisa errada. Por isso que ele está convocado e não mais convidado. Agora é questão de convocação para o dia 29 (de outubro), rigorosamente dois dias depois das eleições do segundo turno", revelou Kajuru, que seguiu sobre Luiz Henrique:

"Coloquei o caso para os demais membros. Eu falei: 'Gente, vamos primeiro convocar o Paquetá, ouvir o Paquetá, ter a confirmação desse recibo e a gente convoca o Luiz Henrique. Ou vocês querem convocar de uma vez?' A maioria quer convocar de uma vez. Então, a princípio, os dois serão convocados simultaneamente na mesma reunião", disse o senador.