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Quarta-Feira, 13 de agosto de 2025

Esportes

Inter une exibição de gala e sinergia com o Beira-Rio e se credencia na Libertadores

Inter une exibição de gala e sinergia com o Beira-Rio e se credencia na Libertadores

(Imagem: Bruno Ravazzolli)

O 8 de agosto de 2023 ficará na memória do torcedor colorado e poderá ser o “ponto de partida” para voos mais altos na Libertadores. Time e torcida viveram uma noite de gala com uma sinergia arrepiante. O Inter superou um roteiro dramático, cheio de armadilhas, apresentou um futebol convincente e eliminou o favorito River Plate após 20 penalidades, com direito a gol decisivo de Rochet.

– O clube e a torcida mereciam uma noite assim. Como o Chacho falou no vestiário. Não acabou. É um ponto de partida para seguir crescendo e sonhando. O Inter é grande, tem história e pode melhorar – disse Mercado, autor do primeiro gol e um dos melhores em campo.

A classificação, com vitória por 2 a 1 no tempo normal e por 9 a 8 nos pênaltis, começou duas horas antes do jogo. Cerca de 12 mil pessoas estiveram presentes nas Ruas de fogo e protagonizaram uma recepção calorosa para os jogadores. "Vamos lutar até morrer, seremos campeões", bradavam.

Os 50.749 presentes bateram o recorde de público do novo Beira-Rio e impulsionaram o time rumo à vitória. Há tempos não se via uma química tão forte entre campo e arquibancada. Todos, sem exceção, foram aplaudidos no anúncio da escalação. Os cânticos pelo estádio ecoaram antes, durante e depois da partida. Se o Monumental impressionou, o Gigante intimidou.

Mauricio foi escalado na vaga do De Pena, e Coudet montou a equipe considerada ideal. O Inter iniciou o jogo com ímpeto, volume e controle. As chances surgiram a partir dos 18 minutos. Alan Patrick acertou a trave, Valencia parou em Armani e Bustos sofreu pênalti ignorado pelo árbitro e VAR.

O River deu umas escapadas, mas só assustou no último lance em jogada de bola parada. A bronca com as decisões da arbitragem perturbaram o ambiente. O fim da etapa inicial foi marcado por uma forte reclamação com invasão de campo por parte dos reservas.

O segundo tempo começou pilhado e com trocação. Os argentinos saíram de trás. Bustos salvou em uma investida perigosa de Beltrán. Mauricio, minutos depois, teve um gol bem anulado. O alívio veio aos 24 minutos, quando Wanderson bateu escanteio, e Mercado mandou um testaço para abrir o escore.

Coudet queria mais. Pedro Henrique e Luiz Adriano ingressaram nos lugares de Aránguiz e Mauricio deixando o time ainda mais ofensivo. A ousadia foi premiada. Alan Patrick, aos 32, cobrou falta, contou com leve desvio e venceu Armani. Foi o 11º gol do meia em 2023. Loucura e classificação engatilhada.

Alan Patrick comemora gol pelo Inter no Beira-Rio — Foto: Bruno Ravazzolli

Alan Patrick comemora gol pelo Inter no Beira-Rio — Foto: Bruno Ravazzolli

Porém, os deuses do futebol reservavam ainda doses homéricas de dramaticidade. A frase "é sempre sofrido para o Inter" nunca fez tanto sentido. Robert Rojas, aos 44, empatou após cobrança de escanteio e vacilo da defesa. Rochet e Mercado salvaram o time nos acréscimos.

O apito final confirmou a vitória por 2 a 1. O Inter acabava com uma série de sete jogos sem ganhar e vencia a primeira sob comando de Coudet. Sem dúvidas, a melhor atuação em 2023, resultado de uma nova mentalidade imposta pelo argentino.

Méritos de uma equipe que jogou para vencer desde o primeiro minuto. Mas não era possível comemorar. Uma decisão por pênaltis estava por vir.

– O grupo estava melhorando, crescendo no dia a dia. Você vê uma clara ideia de jogo e chega melhor. Isso influencia muito – disse Coudet.

Impossível não pensar no retrospecto recente do Inter nas penalidades. As eliminações recentes em casa para Olímpia, Melgar, Caxias e América-MG assombravam. Entrou em cena o time cascudo e com cara de copa. Luiz Adriano, Valencia, Bruno Henrique, Pedro Henrique e Renê, todos acima de 30 anos, converteram.

Não satisfeitos, os deuses do futebol decidiram dar mais "graça" ao confronto. Solari, autor de dois gols em Buenos Aires, deu dois toques na bola e teve a cobrança anulada, exatamente o que aconteceu com De Pena na queda colorada na Copa do Brasil.

O uruguaio, então, teve a bola da redenção. O chute na trave gerou um inédito silêncio, quebrado segundos depois por urros até então contidos de dois mil argentinos.

Enzo Díaz, Johnny, Paulo Díaz e Igor Gomes marcaram. O árbitro reuniu os capitães e inverteu o lado das cobranças, uma decisão talvez inédita no futebol. O lado virou e a sorte também? Rojas, herói nos 90 minutos, acertou o travessão e virou vilão.

Vitão partia para a batida derradeira até ser abordado por Rochet. O goleiro decidiu que bateria. Convicto foi para bola e, enfim, converteu o gol das quartas.

– Rochet treinou todos os dias da semana. Ele estava preparado – disse Leonardo Martins, preparador de goleiros do Inter, ao ge.

Alívio. Problemas exterminados. E o ano recomeça. No embalo de Rochet, Mercado e Valencia, o time com cara de copa encorpa na Libertadores. De desafiante nas oitavas à postulante ao título. O Inter está entre os oito melhores da América. Que venha o Bolívar daqui a duas semanas.

– Eu disse que tinha mudado a sorte. Comandei o Rosário, Racing e Inter e estava acostumado a sofrer. Hoje não foi exceção. Hoje e amanhã todos merecem comemorar – permitiu Coudet.

– Hoje foi fantástica a chegada no Beira-Rio. Tomei a decisão, tranquilo, achava que era uma responsabilidade que podia tomar e podia fazer. Vitão entendeu e conseguimos o mais importante que era classificar – contou Rochet.

O grupo colorado ganhou folga nesta quarta-feira para comemorar a classificação. A partir de quinta, o trabalho recomeça. No sábado, às 21h, duelo com o Botafogo, pelo Brasileirão. O adversário na próxima etapa da Libertadores eliminou o Athletico, em Curitiba, nos pênaltis.

*GE

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