Santos resgata confiança e mostra melhora em momento decisivo da temporada

Este foi um dos poucos jogos do Santos na Série B, especialmente no returno, em que os torcedores conviveram com o sentimento que a vitória viria, mesmo em momentos críticos da partida, como no empate do Mirassol.

Uma sensação diferente da vivida, por exemplo, na partida contra a Ponte Preta, que mesmo vencendo e com um jogador a mais, o clima na Vila Viva Sorte era de apreensão e pressão, que se confirmou com um gol sofrido nos minutos finais do jogo.

Carille surpreendeu contra o Mirassol e optou por colocar Luan Peres no lugar de Jair. Na visão dele, para dar mais experiência ao setor defensivo, que contava com dois garotos (o outro é o lateral JP Chermont). Já na frente, Willian Bigode, de 37 anos, tomou a vaga de Otero. E em um setor que tem sido crítico durante todo o ano, o veterano deu conta. Pelo menos, enquanto teve fôlego.

O ataque do Santos teve maior mobilidade. Por vezes, Wendel Silva e Willian inverteram posições. Giuliano e Guilherme da mesma forma. Diego Pituca subiu para auxiliar na pressão da saída de bola do Mirassol. E, desta forma, o Peixe chegou ao primeiro gol. Tomando a bola quase dentro da área adversária, tendo calma e qualidade no passe, até a finalização primorosa de Giuliano.

Nem o empate sofrido rapidamente, no lance seguinte, teve o mesmo impacto que teria em outros momentos. Foi um time que, nos primeiros 45 minutos, demonstrou vontade e entrega. Willian rapidamente recolocou o Santos na frente, em um belo chute de fora da área, e trouxe tranquilidade.

Quem demonstrou intranquilidade foi Gabriel Brazão. Após as falhas contra o Goiás, o goleiro demonstrou um certo nervosismo, muitas vezes espalmando bolas que, em outro momento, iria encaixar e ter calma para repor.

Normal para um jovem que ainda não alcançou os 30 jogos com a camisa do Santos. Nesse sentido, foi importante ter uma dupla de zaga experiente, para passar a tranquilidade ao goleiro. Com o passar do jogo, Luan Peres e Gil conseguiram isso.

O ponto negativo continua sendo o banco de reservas do Peixe. A queda de qualidade com a necessidade de alterações é evidente. Hayner e Laquintana não tiveram a mesma produção que JP Chermont e Willian. Alison, em seu primeiro jogo desde junho de 2023, é menos construtor do que Sandry. Furch não tem a mesma movimentação que Wendel Silva.

O Santos teve a qualidade de Otero, que precisou de poucos minutos para ter sua parcela de contribuição na vitória. Primeiro, deu o chute que gerou um escanteio. Depois, fez a cobrança na cabeça de Luan Peres para decidir o confronto.

Com o risco de cair no clichê, nos minutos finais, o Santos ainda soube sofrer. Foram cerca de 15 minutos com um jogador a menos - Diego Pituca foi expulso - e suportando a pressão para conquistar a vitória e a liderança da Série B.

Na reta final da temporada, o Santos demostrou uma melhora em campo, reassumiu a ponta da tabela após dez rodadas e reduziu as contas para a conquista do acesso. Na matemática do técnico Fábio Carille são 64 pontos para atingir o primeiro objetivo na Série B. Agora, faltam oito.