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Quinta-Feira, 16 de maio de 2024

Esportes

Testes de Diniz têm resultados diferentes em vitória fácil do Fluminense

Testes de Diniz têm resultados diferentes em vitória fácil do Fluminense

(Imagem: GE)

Fluminense estreou com o pé direito na sua série de jogos em Cariacica, no Espírito Santo. Mesmo com time misto, a equipe do técnico Fernando Diniz teve muita facilidade para vencer o Sampaio Corrêa por 2 a 0, nesta quarta-feira, pela terceira fase da Copa do Brasil. Se serve de preparatório para o duelo contra o Atlético-MG, no sábado, pelo Brasileirão, o Tricolor foi aprovado. Assim como o planejamento adotado indica ter sido o correto.

De todos os confrontos desta terceira fase de Copa do Brasil, o entre Fluminense e Sampaio Corrêa talvez seja o que traz a maior disparidade entre as equipes. Trata-se do atual campeão da Conmebol Libertadores diante um rival da terceira divisão do futebol brasileiro. O desenho em campo seguiu o esperado: domínio amplo e nenhum susto sofrido — os maranhenses finalizaram zero vezes contra o gol de Fábio.

Houve um momento no primeiro tempo em que o Fluminense chegou a ter 90% de posse de bola. Na primeira etapa, o Sampaio Corrêa viu a bola passar pela área do Tricolor em apenas uma oportunidade — e nem foi um lance de perigo. No segundo, algumas arrancadas de Pimentinha e só. A diferença técnica foi tão gritante a ponto de dificultar uma avaliação mais profunda. Fluminense venceu porque é muito superior ao adversário.

Taticamente falando, a escolha de Fernando Diniz ao colocar Renato Augusto como uma espécie de falso 9 trouxe bônus e ônus. A ideia deu certo: o camisa 20 empurrou a defesa do adversário para trás e gerou espaços para os seus companheiros. Devido à falta de entrosamento, o esquema teve problemas de fluidez, mas funcionou. Do outro lado, fica a impressão de que é um tremendo desperdício ter um jogador desta qualidade cumprindo esta função.

Gol de Lima - Sampaio Corrêa x Fluminense — Foto: MARCELO GONCALVES/FLUMINENSE FC

Gol de Lima - Sampaio Corrêa x Fluminense — Foto: MARCELO GONCALVES/FLUMINENSE FC

Marquinhos mais uma vez iniciou na lateral-direita, mas atuou como um ponta por praticamente todo o jogo. O torcedor torce no nariz, mas creio que é mais por falta de entendimento: o Fluminense não joga de forma estática e a sua presença ali tem o objetivo de criar superioridade numérica. Ser "lateral-direito" é só uma alcunha que pouco se cumpre quando a bola rola. Já Terans finalmente entregou minutos dignos de elogios. Na segunda etapa, atuando mais próximo do gol, teve liberdade para finalizar e lembrou — um pouco — aquele meia do Athletico.

Felipe Andrade merece um parágrafo à parte. Devido a escassez de zagueiros no elenco e problemas no setor, a sua titularidade é pedida pelos torcedores. Mas as suas melhores atuações foram como primeiro volante. Vai chegar o momento em que iremos debater se, com a lesão de André, não vale testá-lo nesta função para voltar a ter todas as qualidades de Martinelli como segundo homem de meio-campo. Até lá, tê-lo na zaga é mais necessário.

Para não dizer que tudo foi perfeito, houve momentos em que o Fluminense parecia travado. O Sampaio Corrêa dificultou as infiltrações do ataque escalando uma linha de cinco defensores. Então, o Tricolor repetia um cenário onde tinha a posse da bola, mas a girava com lentidão e não encontrava espaços pelo meio. A solução veio de chutes de fora da área. Marquinhos e Douglas Costa quase marcaram. Coube a Lima (ou Terans, de acordo com a súmula) abrir o placar desta forma.

Na segunda etapa, o Sampaio Corrêa fez substituições e tentou se soltar para o ataque, mas esbarrava nas próprias limitações. Seguiu sem ter chances de perigo. Mas passou a dar mais espaços para o Fluminense, que demorou para conseguir transformar a vantagem numérica dos contra-ataques em gols. O motivo é um problema repetitivo:

Fluminense superava a linha de marcação, tinha caminho aberto para acelerar, mas pisava no freio e permitia a defesa se recompor. De nada adianta ter uma boa saída de bola se o ataque não se aproveita disso.
 

Era comum ver lances do tipo: Arias (por exemplo) recebia bom passe e tinha espaço para arrancar na intermediária. Ficava no mano a mano contra um adversário. Mas ao invés de seguir, decidia parar a jogada e esperar os companheiros chegarem. A defesa conseguia se recompor e o ataque voltava para a estaca zero. Essa falta de construção de ataques mais agudos já foi vista em outros jogos e é algo repetitivo.

Renato Augusto - Sampaio Corrêa x Fluminense — Foto: MARCELO GONCALVES/FLUMINENSE FC

Renato Augusto - Sampaio Corrêa x Fluminense — Foto: MARCELO GONCALVES/FLUMINENSE FC

Diniz solucionou essa questão, em parte, quando Alexsander e Kauã Elias entraram no segundo tempo. A dupla, que costuma apostar nas jogadas mais verticais, deu uma nova dinâmica para a equipe. Antes de Arias cobrar o pênalti que fez o 2 a 0, o Fluminense já poderia ter ampliado.

No fim, a impressão é positiva. Mesmo com reservas, a equipe do técnico Fernando Diniz conseguiu ser dominante como os torcedores estão acostumados. O nível vai subir contra o Atlético-MG, mas a expectativa é que o desempenho se mantenha.

O segundo jogo do confronto entre Fluminense e Sampaio Corrêa será no dia 22 de maio, no Maracanã, às 19h. O avanço às oitavas vale R$ 3,465 milhões ao time classificado.

*Ge