Thiago Heleno completa 300 jogos pelo Athletico e elege título da Sul-Americana 2018 como mais importante

Um dos maiores momentos do camisa 44 aconteceu na final contra o Júnior Barranquilla. Em uma decisão emocionante, o Athletico empatou em 1 a 1 no tempo normal na Baixada e “sobreviveu” na prorrogação, com direito a pênalti perdido pelo rival.

Na decisão por pênaltis, coube ao zagueiro Thiago Heleno a última cobrança. Frio, o “General” soltou uma bomba, no meio do gol, e garantiu o grito de campeão.

No clube desde 2016, o defensor tem cinco troféus levantados: Sul-Americana (2018 e 2021) e Campeonato Paranaense (2016, 2020 e 2023). Vale lembrar que ele ficou de fora das conquistas da Copa do Brasil e J.League/Conmebol, ambas em 2019, por conta de um caso de doping.

Capitão atleticano, ele fez 27 jogos nesta temporada. O Athletico foi campeão paranaense invicto, está nas oitavas de final da Libertadores, quartas de final da Copa do Brasil e ocupa a sétima colocação do Brasileirão.

Com 34 anos, Thiago Heleno tem contrato com o Furacão até o fim de 2024.

- Muito feliz por alcançar marcas no clube. Espero completar 400, 450 jogos e trazer alegrias ao torcedor.

- Meu primeiro título. Em casa, fiz o gol de cabeça. Fico até emocionado de falar. Minha história começou no clássico, depois conquistando a taça.

- Encontramos nosso presidente (Mario Celso Petraglia) e dando essa alegria para ele. Tudo que faz por cada um, todas as condições para trabalhar. Seria justo chegar e dar essa taça para ele, porque é o nosso sonho dar títulos e fazer com que ele seja muito feliz pelo clube.

- Talvez, nesses oito anos, foi o que mais machucou. Tínhamos plenas condições de sair com essa taça, sonho do clube e do torcedor. Não vejo como fracasso, porque o caminho que a gente fez, tirar os clubes que tiramos, temo que exaltar o trabalho feito. A tristeza foi imensa, porque era um jogo muito real pra gente, já que o Flamengo vinha de outro título e comemorações. Não podemos prometer o futuro, mas nos entregar ao máximo para voltar em uma final de Libertadores e ganhar.

Contratado em dezembro de 2015, vindo do Figueirense, Thiago Heleno assinou por empréstimo de um ano - era vinculado ao Deportivo Maldonado-URU. Ele estreou com a camisa rubro-negra no empate em 2 a 2 com o FC Cascavel, pelo Campeonato Paranaense, em 21 de fevereiro de 2016.

O zagueiro caiu nas graças da torcida rapidamente, ainda no primeiro ano no clube, quando marcou um dos gols na vitória por 3 a 0 sobre o Coritiba, na final do Campeonato Paranaense. Na comemoração, fez o gesto que acabou virando a sua marca registrada: o pescoço “cortado”.

Na reta final do ano, o zagueiro chegou a ser sondado pelo Boca Juniors, Inter, Atlético-MG, Fluminense e Santos. O Maldonado, então, não tinha mais interesse em emprestá-lo e só aceitava a venda por estar em fim de contrato: 2,5 milhões de dólares (R$ 8 milhões, na época).

Thiago Heleno, que já era o "General da Baixada", entrou com um pedido na Fifa para se desligar oficialmente do clube uruguaio, com quem tinha acordo desde 2010 e nunca atuou. Com a rescisão e uma multa paga estipulada pela Fifa, ele ficou livre para assinar com o Furacão até o fim de 2020.

Thiago Heleno ainda teve outras duas renovações: dezembro de 2022 e depois até o final de 2024.

Um dos maiores momentos de Thiago Heleno aconteceu na final da Sul-Americana, contra o Júnior Barranquilla, em 2018. Em uma decisão emocionante, o Furacão empatou em 1 a 1 no tempo normal na Baixada e “sobreviveu” na prorrogação, com direito a pênalti perdido pelo rival.

Na decisão por pênaltis, coube ao zagueiro Thiago Heleno a última cobrança. Frio, o “General” soltou uma bomba, no meio do gol, garantindo o grito de campeão.

No ano seguinte, Thiago Heleno viveu um pesadelo. Ao lado do volante Camacho, ele foi punido com seis meses de suspensão após ter sido flagrado no antidoping no jogo contra o Tolima, pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores. Ambos ingeriram a higenamina, uma substância proibida usada em suplementos.

O zagueiro ficou fora dos gramados por 157 dias, entre o começo de maio e o meio de outubro de 2019. Com isso, ele desfalcou o Athletico em toda a campanha da conquista da Copa do Brasil daquele ano.

O doping, porém, foi superado por Thiago Heleno. Ele voltou ainda no fim do Brasileiro de 2019, fazendo 14 partidas. Em 2020, esteve em campo no título do Paranaense e somou 44 jogos na temporada.

Em 2021, Thiago Heleno foi ainda mais o comandante da zaga do Athletico. Ergueu a taça de campeão da Copa Sul-Americana e ajudou o clube a chegar na final da Copa do Brasil 2021, ficando com o vice.

Nascido em Sete Lagoas, a aproximadamente 72 quilômetros de Belo Horizonte, Thiago Heleno começou a jogar futebol aos sete anos na sua cidade natal, na escolinha do Bela Vista, no bairro de Santa Luzia, junto com o irmão.

Não demorou para chamar a atenção do Cruzeiro, recebendo um convite para integrar a categoria infantil. Na Raposa, ele passou por todas as categorias de base, entre 2006 e 2021. Logo começou a treinar com o time principal e ganhou seu espaço. Foram ao todo 151 jogos e seis gols no Cruzeiro, sendo tricampeão mineiro (2006, 2008 e 2009) e vice da Libertadores, em 2009.

Em 2011, o zagueiro seguiu para o Palmeiras após uma passagem rápida pelo rival Corinthians, no ano anterior. No Verdão, Thiago Heleno encontrou novamente uma sequência de jogos como titular.

No fim daquele anos, ele passou por uma cirurgia no pé esquerdo, ficou cinco meses fora, mas voltou a virou homem de confiança do técnico Felipão na conquista do título da Copa do Brasil de 2012.

A final foi contra o Coritiba, e Thiago Heleno polemizou ao usar uma máscara de porco na comemoração do título e dizer que “lugar de coxa é na cozinha”.

O Palmeiras, porém, acabou o ano rebaixado para a Série B em 2012, e Thiago Heleno saiu do clube. Ele acertou com o Criciúma, mas não chegou a entrar em campo com o Tigre.