Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Há jogos em que o resultado é mais importante do que o desempenho. Foi o que aconteceu no Maracanã - quase - vazio na noite deste domingo. No apagar das luzes, o Flamengo superou o Athletico e voltou a vencer após quatro jogos. O resultado dá um respiro no Brasileirão, mas a atuação ainda preocupa às vésperas da semifinal da Copa do Brasil.
A primeira partida após a eliminação na Libertadores foi marcada por protestos contra o técnico Tite antes mesmo da bola rolar. A escalação alternativa evidenciou que a prioridade se tornou a Copa do Brasil, mas os três pontos conquistados mantém o Flamengo em busca do objetivo no Brasileirão: pelo menos o vice-campeonato. O Rubro-Negro está a nove pontos do líder Botafogo, com um jogo a menos.
O Flamengo precisava vencer para começar a esquecer a eliminação, afastar o ar de crise e dar uma sobrevida ao treinador - pelo menos até o primeiro confronto com o Corinthians, na quarta-feira. A atuação rubro-negra talvez não justifique o resultado. Faltou criatividade e sobrou passividade em muitos momentos ao longo dos 90 minutos.
Ter um time alternativo para passar por cima dos problemas em meio a uma atmosfera bastante tensa no Maracanã não era o cenário mais fácil. Apesar disso, o Flamengo conseguiu ser superior no primeiro tempo: pressionou, controlou e circulou a bola. Mas a retranca do Athletico e a falta de profundidade da equipe carioca dificultaram a criação e consequentemente a efetividade.
Sem Pedro, Tite ainda procura uma forma de jogar e, sem os titulares, a solução parece ainda mais difícil. A tentativa deste domingo foi: Gerson flutuando pelo meio e caindo na ponta esquerda, Matheus Gonçalves fazendo o mesmo, mas caindo para ponta direita, Gabigol como centroavante, tendo Plata como um apoio vindo do meio-campo.
O Flamengo terminou o primeiro tempo com 64% de posse de bola, com 10 finalizações sendo quatro no alvo. A melhor chance foi a cabeça de Léo Ortiz no início da partida, que Thiago Heleno afastou em cima da linha. Gabigol desperdiçou duas chances, mas estava em impedimento.
Foi mais um jogo em que ficou clara a dificuldade do Flamengo em jogar contra uma linha de cinco montada pelo adversário. Situação ainda mais difícil sem Arrascaeta e De la Cruz, as duas mentes pensantes do meio-campo. E foi assim durante o segundo tempo inteiro até os uruguaios serem acionados por Tite.
É bem verdade que o primeiro tempo não foi tão animador, mas o segundo tempo conseguiu ser pior. O Flamengo teve uma queda de rendimento nos minutos inicias, principalmente pelo fato do Athletico ter conseguido segurar um pouco mais a bola em relação a etapa inicial. A cartada de Tite foi fazer três substituições aos 15 minutos: Alex Sandro, Arrascaeta e Bruno Henrique.
As alterações mexeram um pouco mais na estrutura do time, que passou a ter BH e Matheus Gonçalves de ponta e Gerson voltou a jogar mais recuado, de volante. A melhora não foi significativa, e o Flamengo se mostrava carente de criação e com pouquíssimo repertório ofensivo. De la Cruz e Léo Pereira foram as substituições para encerrar.
Pouca coisa mudou. O jogo se desenhava para que um lance individual ou um lance de bola parada resolvesse a partida. Até que, aos 44 minutos, o Flamengo fez o que não fez durante o jogo inteiro: movimentou rapidamente, balançou a defesa e criou espaço. Uma jogada que retratou o quão dinâmico o time pode ser e trouxe à tona a qualidade dos jogadores.
Destaque para a movimentação quase perfeita de Arrascaeta, Alex Sandro, Gerson, De la Cruz e Wesley. Três dos cinco principais jogadores que participaram do lance do gol saíram do banco de reservas. E quis o destino que Gerson, o melhor jogador da partida e o mais regular da temporada, colocasse a bola no fundo da rede.
A cabeçada perfeita, no cantinho, foi o que trouxe a sensação de alívio no Maracanã. Mas o verdadeiro alívio para o restante da temporada está diretamente ligado a semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Corinthians. É o primeiro capítulo de um confronto que pode definir o futuro de Tite e os próximos passos do Flamengo até o fim de 2024.
*GE