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Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024

Geral

Na Uncisal 100% das unidades assistenciais são lideradas por mulheres

Na Uncisal 100% das unidades assistenciais são lideradas por mulheres

(Imagem: Ascom Uncisal)

A liderança feminina é uma marca significativa na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). A instituição tem, atualmente, cem por cento das suas unidades assistenciais ou de apoio assistencial gerenciadas por mulheres. São dez postos de gestão ocupados por servidoras eleitas diretamente pelos servidores das unidades em que atuam, ou indicadas pela Reitoria da Uncisal para ocupar estes lugares.

Esses números se tornam ainda mais relevantes quando comparados com o mercado nacional. Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), com base em dados de 2023 disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que as mulheres, embora tenham maior grau de escolaridade, ocupam 39% dos postos de liderança em organizações públicas e privadas no Brasil.

“Durante a minha formação profissional, sempre me identifiquei com a assistência materno-infantil. Após me formar, tinha como propósito atuar na Maternidade Escola Santa Mônica. Passar em um concurso na Uncisal foi a realização desse sonho. Depois de 17 anos na assistência, surgiu a ideia de me candidatar à direção da unidade, para contribuir de forma mais efetiva. Fui eleita em 2020 e assumi o desafio”, afirma a enfermeira Elisângela Sanches, gestora da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM).

“Não é fácil ser mulher gerindo uma instituição voltada para a assistência à mulher e seus bebês, em razão da dupla ou até tripla jornada que nós enfrentamos. São muitas responsabilidades, principalmente porque a rede materno-infantil precisa de atenção. O nosso grande desafio está em, junto com nossa equipe, melhorar os nossos indicadores e enfrentar as dificuldades do serviço público”, expõe.

Gestora do Hospital Escola Portugal Ramalho, a assistente social Derivalda Andrade destaca a importância da parceria entre mulheres para a realização dos trabalhos na unidade. “A gestão do Hospital Escola Portugal Ramalho é composta por cinco mulheres. O sonho de uma unidade mais acolhedora às demandas da saúde mental no estado é coletivo, e são notórios a união e o compromisso ético e técnico entre as gestoras.  Do Casulo à Borboleta está sendo um longo caminho. Porém, o mais importante dessa luta coletiva foram o aprendizado e o respeito recíprocos”, observa.

Conforme Rita Rebelo, gestora do Hospital Escola Helvio Auto, ser mulher nunca foi um entrave na gestão da unidade. “Não houve dificuldade em razão do gênero. O fato de ser uma mulher nunca foi fator de objeção, foi até um ponto positivo, pois fui representante da maioria dos trabalhadores, uma vez que 90% dos trabalhadores são mulheres. As nossas dificuldades estão relacionadas à adequação das demandas da unidade com entraves burocráticos para gestão financeira e ajustes de dimensionamento em recursos humanos”.

Apesar das dificuldades, Rita Rebelo elenca conquistas que o Hospital Escola Helvio Auto tem acumulado ao longo dos últimos anos. “Temos mantido, junto à Reitoria e ao Governo do Estado, um espaço permanente de escuta e de discussão para solução de necessidades vitais para o bom funcionamento da unidade, como a reforma da Nutrição, reforma do SAE [Serviço de Assistência Especializada], entrega de uma nova UTI com pressão negativa, reforma de unidades de internação e implantação do Núcleo de Regulação Interna”, disse.

Para o reitor da Uncisal, Henrique de Oliveira Costa, a presença de mulheres na gestão é uma característica marcante na instituição, e tem gerado resultados positivos. “A mulher vem ocupando o mercado de trabalho, seja como estudante, professora ou técnico. Há cada vez mais representatividade. E a mulher tem mostrado sua capacidade e dinamismo. Na Uncisal, nós contamos com gestoras qualificadas e com sensibilidade, o que faz grande diferença. É com muita alegria que vemos essas mulheres ocupando cargos de liderança”.

A vice-reitora da Uncisal, Ilka do Amaral Soares, lembra que a liderança feminina na Uncisal surge como um processo natural. “A mulher traz uma perspectiva diferente, com relação a experiências de vida, como mãe e mulher. Isso faz diferença porque pode trazer experiências mais acolhedoras. Não que os homens não tenham, mas que é mais comum na mulher. Na Uncisal, me chama a atenção o fato de que essa liderança é espontânea. Não precisamos formalizar em um documento, ela surgiu naturalmente, o que é muito bom”, afirmou.

Unidades

Além de dois hospitais e de uma maternidade, a Uncisal conta com outras sete unidades assistenciais ou de apoio assistencial que são gerenciadas por mulheres. São elas o Centro Especializado em Reabilitação (CER III), o Ambulatório de Especialidades, o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), o Centro de Diagnóstico e Imagem (Cedim), o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), a Escola Técnica de Saúde Professora Valéria Hora (ETSAL) e o Centro de Patologia e Medicina Laboratorial (CPML).

*Agência Alagoas