Sexta-Feira, 30 de maio de 2025
Sexta-Feira, 30 de maio de 2025
O presidente da China, XI Jinping, comentou sobre tarifaço de Donald Trump, em encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, nesta sexta (11). A autoridade chinesa afirmou que o país e a União Europeia devem "cumprir suas responsabilidades internacionais".
"[Os países] devem manter a tendência de globalização econômica e o ambiente do comércio internacional, e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação", disse.
"China e União Europeia devem não apenas resguardar seus próprios direitos e interesses legítimos, mas também a justiça e a equidade internacionais, bem como as regras e a ordem internacionais", continuou.
O encontro dos dois líderes serviu para estreitar laços comerciais entre a Espanha e a China. Segundo o primeiro-ministro espanhol, os países assinaram acordos de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia, educação e cinema.
Presidente da China e primeiro-ministro espanhol — Foto: Reuters
Em mais um capítulo da Guerra Comercial, os Estados Unidos explicaram nesta quinta (10), que as tarifas impostas ao país asiático somam 145%. Um dia antes, Trump havia aumentado para 125% a cobrança sobre os produtos chineses — antes, a taxa era de 104%.
Antes da explicação da Casa Branca, a China já havia dito que afirmou que os desafios econômicos "aumentaram significativamente" e seguiu criticando as medidas.
"As ações dos Estados Unidos não têm o apoio do povo e terminarão em fracasso", disse .
O país asiático também voltou a dizer que não vai recuar diante das provocações de Trump. "Nunca aceitaremos pressão extrema ou intimidação por parte dos Estados Unidos".
"Tomar medidas adicionais para se opor às ações de intimidação dos EUA não tem como único objetivo proteger nossa própria soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. Também visa proteger a equidade e a justiça internacionais", disse.
"Vamos lidar inabalavelmente com nossos próprios assuntos, para compensar a incerteza do ambiente externo", continuou.
Começaram a valer nesta quinta-feira (10) as tarifas de 84% da China sobre produtos importados dos Estados Unidos. A medida, anunciada na véspera pelo Ministério das Finanças chinês, é uma resposta às taxas aplicadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Os Estados Unidos revidaram com mais um aumento de taxa, chegando a 125%. Posteriormente, a Casa Branca esclareceu que esse aumento é em relação à taxa de 84% anunciada por Trump nesta semana, que, por sua vez, se soma à tarifa de 20% relacionada ao fentanil e imposta anteriormente à China.
Essa disputa começou em 2 de abril, quando o republicano anunciou taxas de importação de 10% a 50% sobre 180 nações de todo o mundo. De lá para cá, houve retaliações entre os dois países, com elevação tarifas.
Entenda como a taxa sobre a China chegou a 145%:
Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim — Foto: Tingshu Wang/Reuters
Paralelamente, o líder norte-americano anunciou uma redução para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma "pausa" no tarifaço, que há uma semana resultou na escalada da guerra comercial global.
"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato", escreveu Trump.
Na prática, os EUA passam a ter agora uma taxa geral de 10% sobre quase todas as importações do país, o que inclui produtos brasileiros. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!
Trump eleva tarifas contra a China para 125% — Foto: Truth Social/Reprodução
Nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sugeriu que Trump usou as tarifas para criar vantagens de negociação.
"Essa foi a estratégia dele o tempo todo", disse a repórteres. "E pode-se até dizer que ele incitou a China a uma posição ruim. Eles reagiram. Eles se mostraram ao mundo como os maus atores."
Apesar da nova ofensiva contra os chineses, o recuo de Trump em relação ao tarifaço fez o humor dos mercados mudar completamente.
Os principais índices dos EUA dispararam e fecharam com ganhos de até 12% nesta quarta. As bolsas asiáticas também fecharam em alta nesta quinta (10).
Veja abaixo o desempenho:
Com os resultados, o índice Nasdaq registrou sua maior alta diária desde 2001, enquanto o S&P 500 teve seu melhor desempenho desde 2008. Para o Dow Jones, foi o melhor dia desde 2020.
Os mesmos índices tinham despencado na última semana, chegando a derreter até 10%. Um dia após o detalhamento do tarifaço, por exemplo, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020 — ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Bolsas da Ásia e da Europa também despencaram em consequência da guerra comercial. Aqui no Brasil, o dólar disparou nos últimos dias e se tornou a terceira moeda que mais perdeu valor contra o dólar desde o tarifaço. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, acumulou quedas.
O cenário, no entanto, se inverteu também nos mercados brasileiros após o anúncio de Trump de que irá pausar a aplicação geral de tarifas: o dólar passou a cair e fechou em queda de 2,54%, a R$ 5,84. O Ibovespa disparou 3,12%, aos 127.796 pontos.
*G1