Israel emite alerta de evacuação para Teerã e diz que continuará a atacar o Irã nos 'próximos dias'

O anúncio foi feito pelas Forças de Defesa israelenses através de um comunicado oficial na rede social X, divulgado em farsi e em árabe, e pede que os iranianos fiquem longe de centros de produção de armas e bases militares.

“Caros cidadãos de Teerã, nos próximos dias, o exército israelense continuará seus ataques contra alvos militares na região de Teerã. Para manter sua segurança pessoal, pedimos que fiquem longe de centros de produção de armas, bases militares e instituições de segurança afiliadas ao regime", diz o aviso.

O Irã criticou os alertas como uma forma de assustar a população. Além disso, os iranianos estão com dificuldades para acessar a internet por causa de um blackout nas comunicações.

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Segundo a agência de notícias Associated Press, não há relatos imediatos de vítimas no Irã ou danos significativos, embora a agência de notícias semioficial Tasnim tenha noticiado que houve um corte de energia nos arredores de Teerã após ataques israelenses.

Nesta segunda-feira, o general iraniano Abdolrahim Mousavi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, alertou Washington que seus ataques deram às forças iranianas "carta branca" para "agir contra os interesses dos EUA e seu Exército".

Mais cedo, Israel já fez ataques a uma famosa prisão de presos políticos do país, à instalação nuclear fortificada de Fordow e a um quartel da Guarda Revolucionária iraniana em Teerã.

Os locais atingidos compõem "entidades de opressão" do regime iraniano do aiatolá Ali Khamenei, segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.

"De acordo com a diretriz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e minha, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão atualmente atacando com força sem precedentes alvos do regime e entidades de opressão governamental no coração de Teerã, incluindo: a sede da Basij, a prisão de Evin para presos políticos e opositores do regime, o relógio 'Destrua Israel' na Praça da Palestina, a sede de segurança interna da Guarda Revolucionária, o centro ideológico e outros alvos do regime", afirmou Katz em pronunciamento.

Um vídeo compartilhado pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, mostra a explosão da porta da prisão de Evin.

O Exército israelense confirmou ataques à prisão e a Fordow, e afirmou que diversos centros de comando da Guarda Revolucionária iraniana foram atingidos, como o quartel de Tharallah, responsável pela segurança de Teerã, segundo a pasta.

A prisão de Evin, localizada no norte de Teerã, é a penitenciária mais famosa e temida do Irã, conhecida principalmente por abrigar presos políticos, ativistas, jornalistas, intelectuais e dissidentes do regime. Ela foi construída em 1972, ainda sob o regime do xá Mohammad Reza Pahlevi. O complexo também é conhecido pelos maus-tratos a presos políticos.

O governo iraniano confirmou o ataque a Evin e afirmou que partes da instalação foram danificadas, mas sem dar mais detalhes.

A instalação nuclear de Fordow, construída dentro de uma montanha a cerca de 100 km da capital Teerã, foi atingida por um bombardeio dos EUA com bombas antibunker durante o final de semana. (Leia mais abaixo)

O Irã respondeu ao ataque com uma onda de mísseis e drones lançados "de norte a sul" de Israel, segundo a Guarda Revolucionária iraniana. O Exército israelense afirmou estar atuando para interceptar os projéteis iranianos, e não há relatos de danos ou feridos em Israel até a última atualização desta reportagem.

Segundo o Exército israelense, o ataque a Fordow, dois dias após o Exército dos EUA ter bombardeado o local, teve como objetivo obstruir as rotas de acesso à instalação nuclear.

Um porta-voz da autoridade de gestão de crises na província de Qom, onde fica Fordow, confirmou o ataque israelense desta segunda-feira, segundo a agência de notícias estatal iraniana Tasnim. O oficial acrescentou que não haverá perigo para os moradores da região.

Os Estados Unidos entraram no domingo no conflito Irã-Israel ao bombardear as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, assim como a central subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow. Apenas os EUA têm uma bomba capaz de atingir Fordow, construída pelos iranianos dentro de uma montanha para ser inalvejável. O Exército americano jogou 14 bombas antibunker MOP GBU-57 no local.

O presidente americano, Donald Trump, disse que os ataques destruíram completamente as capacidades nucleares do Irã. Porém, funcionários de alto escalão de Israel e dos Estados Unidos afirmam que ainda é cedo para avaliar os danos.

O Irã condenou o ataque e prometeu represálias. O país afirmou que não há sinais de contaminação radioativa após os bombardeios.

*G1