Segunda-Feira, 18 de agosto de 2025
Segunda-Feira, 18 de agosto de 2025
A Polônia afirmou nesta sexta-feira (29) suspeitar que um míssil russo tenha atingido seu espaço aéreo. O artefato, segundo as suspeitas do governo polonês, estaria a caminho da vizinha Ucrânia, onde a Rússia fez um ataque massivo e combinado em várias cidades nesta manhã.
Caso a versão seja confirmada, o caso pode ser a primeira invasão de um míssil da Rússia em um território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Polônia faz parte. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se disse preocupado pelo episódio.
A aliança prevê respostas militares em caso de invasão a qualquer país membro.
No início da manhã, a Polônia disse ter registrado um objeto voador não identificado dentro de seu espaço aéreo. Mais tarde, o chefe do Estado Maior do Exército, o general Wieslaw Kukula, afirmou que um míssil russo era a principal suspeita.
"Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polonês. Nós detectamos com um radar. E depois saiu do espaço aéreo em direção à Ucrânia", Kukula.
A Rússia ainda não havia se manifestado sobre a suspeita até a última atualização desta reportagem.
Nesta sexta, um ataque massivo e combinado da Rússia contra várias regiões da Ucrânia deixou 18 pessoas mortas e 60 feridas. Explosões foram reportadas ao longo da madrugada na capital Kiev e em outras cidades grandes, como Kharkiv e Lviv.
A Força Aérea da Ucrânia afirmou que a Rússia usou misseis de cruzeiro, balísticos e hipersônicos, além de drones, durante o ataque desta sexta-feira.
Segundo Ministério da Defesa ucraniano, forças russas lançaram 158 mísseis contra a Ucrânia, bem acima da média dos ataques perpetrados ao longo do ano. Entre os alvos bombardeados, estão maternidades, escolas, shoppings e residências, de acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Zelesnky prometeu resposta ao que chamou de "ataque terrorista".
Entre os mortos, dez ficaram presos em escombros em Kiev, e outras duas pessoas morreram após uma área residencial ser atingida por mísseis em Odessa, no sul do país. As outras seis vítimas estavam em Dnipro e Kharkiv.
"Infelizmente, houve mortes e feridos como resultado dos ataques. Certamente responderemos aos ataques terroristas. E continuaremos a lutar pela segurança de todo o nosso país", escreveu Zelensky em uma rede social.
À imprensa russa, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, confirmou o ataque em série, mas alegou que apenas alvos militares foram atacados.
O governo ucraniano negou e disse ainda que a Rússia mirou também infraestruturas sociais, uma tática que tropas de Moscou usaram ao longo de 2023 para tentar desestabilizar cidades da Ucrânia.
Mapa mostra cidades ucranianas bombardeadas pela Rússia nesta sexta (29) — Foto: Reprodução/TV Globo
O Ministério da Energia da Ucrânia afirmou que quatro regiões do país estão ficaram sem luz por causa dos ataques.
Prédio residencial em chamas na Ucrânia após ataque russo, em 29 de dezembro de 2023 — Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação
Prédio atingido por bombardeio russo em Dnipro, na Ucrânia, em 29 de dezembro de 2023. — Foto: Mykola Synelnykov/ Reuters
O ataque encerra um ano em que ambos os lados não conseguiram avançar de forma significativa. A contraofensiva da Ucrânia, respaldada por um forte apoio militar dos Estados Unidos e da Europa, avançou menos do que o esperado.
Já a Rússia, de acordo com o Instituto para o Estado da Guerra, dos Estados Unidos, conseguiu manter a maior parte dos territórios conquistados em 2022.
Atualmente, tropas russas controlam cerca de 20% do território ucraniano.
*G1