Quarta-Feira, 28 de maio de 2025
Quarta-Feira, 28 de maio de 2025
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o grupo disseminou mentiras sobre as urnas eletrônicas, atacou autoridades públicas e pressionou as Forças Armadas. Objetivo, segundo a PGR, era manter Bolsonaro no poder.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (6) e quarta (7) a denúncia contra sete acusados de integrar o chamado "núcleo da desinformação", um dos braços da tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições de 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo disseminou mentiras sobre as urnas eletrônicas, atacou autoridades públicas e atuou para pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano que visava manter Jair Bolsonaro na Presidência da República.
A denúncia atinge militares da ativa e da reserva, um agente da Polícia Federal e um civil:
O grupo é investigado também pelo uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para ações ilegais.
A PGR aponta que os acusados integravam uma organização criminosa armada e que tentaram:
Os ministros da Primeira Turma vão decidir se aceitam ou não a denúncia. Primeiro, devem analisar pedidos das defesas, como alegações de falta de provas e ausência de perícia técnica. Se rejeitarem essas questões preliminares, os ministros decidirão se há indícios suficientes para transformar os acusados em réus.
Enquanto o STF analisa novas denúncias da trama golpista, senadores aliados de Jair Bolsonaro tentam avançar no Congresso com projetos para reduzir penas ou travar ações penais contra os envolvidos. O mais recente é o projeto relatado por Davi Alcolumbre (União-AP), que propõe a redução das penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
O movimento, no entanto, causa desconforto entre ministros do STF, que não querem que o tribunal seja envolvido institucionalmente em qualquer negociação sobre anistia. A avaliação entre parte dos ministros é de que tais projetos são inconstitucionais e, se aprovados, podem acirrar a tensão entre os Poderes.
“Esse é um tema do Congresso. Ele tem autonomia para tratar disso. Não cabe ao Supremo entrar nesse tipo de negociação, passa a imagem de que os julgamentos feitos até agora estavam errados”, disse um ministro, sob reserva.
Desde março, o STF já aceitou denúncias contra 14 acusados, incluindo Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e o deputado federal Alexandre Ramagem. Ao todo, 34 pessoas já foram denunciadas. O julgamento desta semana pode ampliar a responsabilização jurídica de integrantes da tentativa de ruptura institucional.
*G1