Quinta-Feira, 26 de dezembro de 2024
Quinta-Feira, 26 de dezembro de 2024
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter a prisão preventiva do general do Exército e ex-ministro Walter Braga Netto após ele passar por audiência de custódia neste sábado (14). A reportagem pediu posicionamento para a defesa de Braga Netto, mas não recebeu retorno.
O ministro foi preso pela manhã no Rio de Janeiro. A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão após autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
A prisão ocorrer após a corporação identificar que Braga Netto atuou para atrapalhar investigações em curso, em especial a que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Por causa disso, o general foi indiciado pela PF em novembro por três crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Além dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro e 38 pessoas foram indiciadas. O STF encaminhou o relatório policial à PGR (Procuradoria-Geral da República), que terá de decidir se oferece denúncia ou não.
Um dos motivos que levou a Polícia Federal a pedir ao STF a prisão de Braga Netto foi a ação dele para interferir na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo a PF, Braga Netto “atuou durante todo o período investigativo para evitar que o colaborador [Mauro Cid] o citasse em posição destacada no contexto dos fatos apurados”.
A corporação destacou que ao longo do tempo Mauro Cid mudou de versão sobre o envolvimento de Braga Netto no suposto plano para um golpe, o que “indica que as ações de obstrução surtiram o efeito pretendido pela organização criminosa, na medida em que retardaram a identificação de fatos relevantes ao contexto investigativo”.
Dinheiro dentro de sacola de vinho
Segundo Mauro Cid, Braga Netto teria financiado um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin em 2022 para impedir que eles tomassem posse.
Em declaração dada ao STF em 21 de novembro deste ano, Mauro Cid afirmou que, em uma reunião em novembro de 2022, Braga Netto entregou dinheiro vivo dentro de uma sacola de vinho a um militar que teria atuado no suposto esquema.
*R7