Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Thayse Lima é conhecida no bairro de Santa Amélia como “empoderada”. O apelido não é à toa, determinada a se tornar uma empreendedora, ela precisou superar as consequências da violência doméstica para abrir o seu próprio negócio, mas devido a falta de recursos financeiros precisou deixar o plano de lado. Hoje, com o apoio do programa Banco da Mulher Empreendedora, ela vê o seu sonho renascer.
O Banco da Mulher Empreendedora é um programa da Prefeitura de Maceió que estimula a autonomia financeira e econômica de mulheres e fortalece a economia local. Em sua segunda edição, o Banco está destinando R$3,6 milhões que serão distribuídos para 3 mil mulheres comprarem máquinas, equipamentos e insumos.
Thayse foi uma das contempladas do programa. Ela conheceu o Banco através das redes sociais e foi até o Ginásio Arivaldo Maia, no Jacintinho, realizar a sua inscrição. A ideia do seu empreendimento surgiu enquanto ela estava afastada do trabalho de técnica de enfermagem devido a um diagnóstico de fibromialgia e buscava uma forma de gerar renda.
Ao notar que logo abriria um posto de saúde ao lado de sua casa, ela abriu um ponto em um cômodo de sua residência em frente a unidade de saúde. Acreditando em seu negócio, ela investiu todo seu dinheiro para comprar um frigobar e uma estufa e começar ali o “Cantinho dos Lanches”.
O ex-marido de Thayse nunca a apoiou e ao perceber o esforço e dedicação dela ao novo negócio, tornou-se cada vez mais agressivo. Ela relembra o quanto esse período foi conturbado, e como precisou de tempo para entender que era uma vítima de violência doméstica. Por 9 anos, ela sofreu com agressões físicas e psicológicas e até mesmo foi privada de frequentar as aulas na faculdade de gastronomia que começou na época.
“Meu marido não me apoiava em nada. Me perseguia, me humilhava, me derrubava com palavras. Eu não sabia que sofria violência doméstica, só queria me sentir útil, aprender uma nova profissão”, relembra.
Mesmo com as dificuldades, ela prosseguiu com o ponto, mas pouco tempo depois, o locatário da casa reformou o cômodo em que o empreendimento estava instalado e ela precisou fechá-lo. Mais uma vez, ela não desistiu. Juntou o restante de dinheiro que tinha e comprou uma tenda para recomeçar o seu negócio. Alguns meses depois, ela iniciou o processo de divórcio.
“Em 2017, pedi permissão para montar o meu negócio. Chegando lá para registrar, perguntaram qual era o nome. Olhei para toda a minha história até chegar ali, percebi que precisei de muita coragem e determinação. Não teve outra: coloquei ‘empoderada’. Essa sou eu”, afirma.
A partir daí, Thayse começou a atuar ao lado de lideranças em movimentos de conscientização sobre a violência doméstica e foi convidada a contar a sua história em eventos e ações sobre o assunto. No entanto, apesar do reconhecimento, a dificuldade financeira fez com que ela fechasse sua barraca novamente.
A empreendedora também participou dos cursos profissionalizantes oferecidos pelo programa. Com o valor, Thayse afirma que irá comprar insumos para abastecer sua barraca e começar uma nova etapa em seu empreendimento e inspirar outras mulheres. Posso continuar com o meu sonho de empoderar outras mulheres através da barraca da empoderada”, afirma.
*Redação com Assessoria