Reeleito com 83,25% dos votos válidos, JHC fala sobre projetos para Maceió

Ele afirmou que deve manter a passagem na capital alagoana como uma das mais baratas do Brasil, reforçou o início das obras do BRT e disse que a reforma no Mercado da Produção está orçada, porém não deu prazo para início da obra.

Durante a campanha, JHC optou por não comparecer a sabatinas e debates. Ficou à frente dos adversários, conforme as pesquisas Quest encomendadas pela TV Gazeta. No domingo (6), ele votou acompanhado da esposa e da filha e aguardou o resultado no apartamento onde mora. Em seguida, usou as redes sociais para comemorar o resultado.

JHC afirmou que vai manter o ritmo de trabalho no segundo mandato, reforçou promessas feitas durantes a campanha e disse que vai dar andamento a todos os projetos que estão sendo executados.

"Quando nós chegamos aqui [no primeiro mandato], as contas não estavam ajustadas. A gente precisava organizar a máquina pública, inclusive as finanças do município de pagar folha de servidores. Nós tínhamos pandemia, um cenário bastante desafiador. Nós conseguimos organizar a casa, a gente conseguiu administrativamente evoluir bastante nos procedimentos, nas técnicas utilizadas para a gente trazer mais eficiência para a gestão, e a gente conseguiu abrir uma frente de trabalho em relação a obras, a serviços públicos, que antes não existia", disse o prefeito.

JHC afirmou que deve aumentar o número de exames e diagnósticos na cidade com a criação de um centro de diagnósticos para diminuir a fila de espera. Reforçou a criação do Corujão da Saúde e também a aquisição do Hospital da Cidade como um grande centro médico que tem feito o atendimento à população.

"A gente tem uma demanda aumentada [de marcação de exames] e precisamos hoje aumentar o número de exames e diagnóstico da nossa cidade. Então a gente está abrindo um grande centro de diagnóstico de imagem, vamos chegar a 350 mil atendimentos/ano e caso seja necessário ir para a alta complexidade, nós temos o Hospital da Cidade que é o único que tem um UTI neonatal, uma UTI pediátrica e uma UTI adulta".

O prefeito falou sobre o andamento das obras do Projeto Renasce Salgadinho. Segundo ele, a etapa inicial da obra está 90% concluída e faltam mais duas etapas para finalizar o projeto que atrasou por causa de licenças ambientais, mas que o problema foi resolvido judicialmente.

"A primeira etapa que passa os troncos coletores, toda a parte das estações elevatórias, que a gente precisava fazer em todos os riachos que integram a bacia do Salgadinho, como o Riacho do sapo, do Gulandim, águas férreas... toda essa estrutura que é uma obra invisível, que passa por tubulações, ela está 90% concluída. A gente teve um problema de ordem técnica, política, porque nós não tivemos a liberação da licença ambiental para a gente poder conectar a última linha que a gente precisava até a estação de tratamento. Nós resolvemos essa etapa na Justiça para a gente da funcionalidade dessas bombas"

Questionado sobre as obras no Mercado da Produção são promessa do primeiro mandato e que ainda não saiu do papel, JHC disse que o projeto exige uma demanda maior porque pretende transformar a região em um centro turístico e cultural, além da finalidade principal, que é o abastecimento. O projeto deve custar mais de R$ 200 milhões e o prefeito disse que o recurso está garantido através de operação de crédito.

"O mercado fica em uma área onde antes era a lagoa. E todo o solo que tem lagoa, que tem rio, que fica próximo de rio, de lagoa, algum braço, a gente tem uma preocupação extra. Essa sondagem de solo nessa parte da geologia é um estudo muito mais criterioso, mais demorado. Então, nós fizemos um estudo bem feito, não tinha como ser um estudo rápido, e nós tivemos que adaptar o projeto para dar funcionalidade a ele. É um projeto de R$ 200 milhões. A gente já tem esses recursos garantidos, era feito através, inclusive, de operação em crédito. E o projeto finalizado, que já foi contratado e finalizado, nós vamos licitar. Não dava para fazer qualquer projeto. A gente tem toda essa jornada sendo cumprida e vamos fazer.

Pouco antes da campanha eleitoral, JHC havia anunciado a implantação do sistema de transporte BRT no principal corredor de transporte da capital, a Avenida Fernandes Lima. O anúncio foi reforçado como promessa durante a campanha. Na entrevista, JHC deu prazo de dois anos para que a fase obras seja concluída.

"O desenho, o formato, a expectativa é que seja um dos melhores do país. A gente inicia [as obras] agora, antes do fim do ano, e a previsão é para que em dois anos a gente conclua essa fase de obras.

Sobre o aumento anual nas passagens de ônibus, o prefeito reeleito afirmou que pretende manter o reajuste dentro da média já aplicada na capital.

"Maceió tem hoje a menor tarifa do Brasil e a nossa política é de permanecer com a menor tarifa do país. A gente inovou, eu trouxe o Passe Livre Estudantil, já são 100 mil beneficiados do passe livre estudantil o domingo. É livre, as pessoas podendo ir à praia, à igreja, para casa do seu parente, a cidade se conectando é o direito. A passagem hoje representa 10% da renda familiar, em alguns governos anteriores chegou a 40%", afirmou.

JHC foi questionado também sobre o problema da falta de vagas nos cemitérios públicos do município e sobre a construção de novos cemitérios. Ele não deu prazos nem informou de forma concreta sobre projetos ou garantia de recursos para esse tema e disse que a questão ambiental é um um dos entraves.

"Tudo que envolve cemitérios e processos de licenciamento é mais complexo nesse sentido. Então, tem que se resolver definitivamente esse problema. Já está sendo desenvolvido o melhor modelo para a nossa cidade, para que a gente possa ter essa garantia. Todos esses estudos técnicos estão sendo finalizados para a gente poder prestar esse serviço com dignidade para a população e também a gente dar a garantia que será sustentável ao longo do tempo".

Sobre mudanças no secretariado no início da nova gestão, o prefeito não deu detalhes, mas não descarou alterações nas pastas.

"Agora são novos ciclos. A gente sempre tem que administrativamente repensar a gestão, acho que é um processo de atuação. Nós esperamos ter aí para o próximo mandato, nesse cenário administrativo, que a gente possa também ter um ritmo acelerado nas nossas ações, e se eventualmente for necessário ter que fazer alguma mudança, vamos fazer, inclusive mudança estrutural, para melhorar ainda mais a performance da nossa cidade".

O prefeito falou sobre sua aliança política com o senador Rodrigo Cunha (Podemos), que agora é seu vice-prefeito.

"O Rodrigo foi o primeiro parceiro de Maceió. Para a gente ter ideia, programas que nós rodamos, por exemplo, o Corujão da Saúde, o Saúde da Gente, foram feitos com emenda do senador Rodrigo Cunha. A gente começou uma parceria política lá atrás, de muito tempo, que vem dando certo e a gente tem essa relação de confiança. Eu e o Rodrigo pensamos da mesma forma, ela é um cara sério, é um homem excelente que tem o orgulho de ser meu parceiro.

JHC foi questionado sobre seus planos para 2026, quando haverá eleições para governador. O prefeito afirmou que é cedo para falar no assunto e que está focado na nova gestão.

"Nosso foco principal é manter a gestão nesse ritmo. Acho que a gente tem uma dedicação exclusiva, precisa colocar mais intensidade e ritmo e com mais vontade ainda. Porque imagina: se a gente pegou uma cidade quebrada, abandonada e com uma situação fiscal muito ruim, no meio da pandemia, imagina agora que as contas estão ajustadas?", afirmou.

"Todo esse cenário para o futuro precisa aguardar, acho que tem muita coisa para acontecer e o nosso foco principal é Maceió, é trabalhar por Maceió, é fazer ainda mais e atender as expectativas dessa grande votação, que é uma responsabilidade enorme e que me dá mais ânimo porque a gente está ainda mais legitimado".

*GE/AL