Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
Os alertas de desmatamento bateram recorde em novembro no Cerrado, o segundo maior bioma do país, e chegaram ao menor índice da série histórica na Amazônia no mesmo período, segundo dados do Inpe divulgados nesta sexta-feira (8).
O acumulado de alertas de desmatamento em novembro de 2023 no Cerrado foi de 572 km², a pior marca para o mês na série histórica do Deter, que começou em 2017.
Já na Amazônia Legal, que corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão, a taxa ficou em 201 km² no último mês, o menor índice desde o começo das novas medições do Inpe, em 2015.
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
“Os resultados do Deter de novembro são bastante animadores para a Amazônia, confirmando essa tendência de queda bem importante ao longo dos últimos meses. Uma queda drástica, mostrando muito o vigor dos resultados, do trabalho coordenado e bastante estratégico, com muita inteligência do governo nos últimos meses para a Amazônia", afirma Mariana Napolitano - diretora de Estratégia do WWF-Brasil.
"Por outro lado, o Cerrado, a gente tem uma situação preocupante, um aumento muito importante das taxas de desmatamento comparado ao ano passado, é uma conversão muito rápida, de áreas naturais de um bioma que já está muito fragmentado, que já perdeu mais da metade da sua cobertura vegetal [...] É um bioma essencial para a produção de água no país, seja para o abastecimento das cidades, mas também para a produção de alimentos e a gente vê essa conversão muito rápida, muito acelerada e de fato fora de controle nesse momento, o que é bastante assustador e preocupante", acrescenta Napolitano.
Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.
E de acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).
O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temperada (agosto de 2020 - julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km².
Apesar dessa queda pontual, o Observatório do Clima destaca que o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
*G1