Quinta-Feira, 21 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 21 de novembro de 2024
Faltando 7 dias para o fechamento dos dados do primeiro semestre de 2023, o acumulado de alertas de desmatamento durantes os primeiros 6 meses do ano na Amazônia Legal está em 2.416 km², a terceira menor marca para o período até então na série histórica do Deter, que começou em 2015.
Quando comparado com o mesmo período do ano passado, o índice também representa uma queda de aproximadamente 39%. Os números foram divulgados na manhã desta sexta-feira (30) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
Por isso, os números podem ter alteração até a finalização da análise dos dados pelo Inpe, que costuma rever a influência de fatores como a cobertura de nuvens na medição das taxas.
Mesmo assim, até o momento, com os 2.416 km² (uma área do tamanho da cidade de Palmas), a taxa deste ano só ficou acima das marcas de 2017 e 2018, quando o índice chegou a 1.332 e 2.213 km², respectivamente (veja gráfico acima, que considera o ano civil, já que as medições do Inpe começaram em agosto de 2015).
No ano passado, os primeiros 6 meses do ano acumularam recorde sob recorde. Com isso, em 2022, a Amazônia teve o 1º semestre do ano com maior área sob alerta de desmate em 7 anos. Janeiro e fevereiro acumularam recordes de desmatamento. Como explicou o g1, a situação foi extraordinária porque normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma.
No entanto, as taxas da época se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.
O motivo desse avanço, segundo especialistas: um "senso de oportunidade" de criminosos que temiam os resultados da eleição presidencial do ano passado e uma consequente mudança no combate ao desmatamento na Amazônia, que já se viu refletida nos primeiros dias da nova gestão federal.
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.
E de acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).
O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temperada (agosto de 2020 – julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km².
Apesar dessa queda pontual, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
Na temporada 2020-2021 – período que engloba agosto de 2020 a julho de 2021 –, foram 13 mil km² de área sob alerta de desmatamento, maior número desde 2006.
*G1