Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
Dois helicópteros e um avião da secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul reforçam, desde sexta-feira (21), o trabalho de combate aos incêndios florestais que atingem o Pantanal no estado.
A área queimada esse ano no bioma chegou a 541,5 mil hectares, sendo 398,6 mil hectares em Mato Grosso do sul e 140,9 mil em Mato Grosso, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Somente nas últimas 48 horas, de 20 a 22 de junho, o Pantanal registrou 270 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em Mato Grosso do Sul foram 255 focos e em Mato Grosso 15. Corumbá concentra 80% dos focos no Pantanal, 216.
As aeronaves estão atuando principalmente para apagar as chamas que formam uma verdadeira muralha de fogo que se formou em torno de Corumbá e Ladário, causando apreensão em moradores das duas cidades nesta semana.
Os helicópteros sobrevoam as áreas em chamas e ajudam no combate ao fogo despejando a água que é armazenada em uma espécie de balde, chamada de bambi bucket, com capacidade para transportar até 820 litros de água. O abastecimento é feito diretamente no rio Paraguai.
Segundo o coronel Fábio, que comanda uma dos helicópteros, a liberação da água é feita pelo piloto, mas ocorre com a coordenação da cabine que indica o local exato para que o despejo seja feito, extinguindo o foco.
Essa é a terceira missão das equipes da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA) no Pantanal desde o início deste mês. As duas primeiras foram transportando brigadistas até as áreas de difícil acesso. Um terceiro helicóptero da unidade chegou a Corumbá nesta sexta e começa a operar já neste sábado no combate aos incêndios.
Cobra morre carbonizada no Pantanal. — Foto: Itamar Silva/TV Morena
O número de focos de incêndios no Pantanal neste ano já supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas em todo o bioma. As queimadas nos seis primeiros meses de 2024 já são 8% maiores em comparação com 2020.
A comparação é feita entre os dias 1º de janeiro e 19 de junho de 2020 e de 2024, conforme os dados disponibilizados pelo Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Pantanal está cada vez mais seco e com a biodiversidade ameaçada, dizem novos dados científicos — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Especialistas explicam que o aumento exponencial dos focos de incêndio no Pantanal ainda em junho é causado pela antecipação da temporada do fogo, que chegaria só entre o fim de julho e agosto.
"Pela primeira vez estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia, e vamos fazer tudo o que for necessário. As crises climáticas são eventos cada vez mais extremos", afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em nota.
No bioma presente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as chamas são esperadas anualmente. Entretanto, os eventos climáticos adversos, a seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo em 2024.
*G1