De rosto tatuado pelas próprias mãos a perda excessiva de peso: detentos saem irreconhecíveis da prisão

Seja pelas experiências vividas ou pelas características físicas, algumas pessoas não são as mesmas depois de serem trancadas dentro de uma cela por anos. Pela imagem, algumas pessoas surpreenderam na imprensa americana por suas transformações visuais depois da prisão.

Um ladrão de banco cobriu o próprio rosto com tatuagens, uma mulher emagreceu depois de ser libertada de uma notória prisão colombiana. Para algumas pessoas, as mudanças físicas dolorosas também fazem parte do processo para ajudá-las a liderem com a situação. Nesta semana, alguns desses casos ganharam visibilidade na imprensa internacional, em jornais como "Daily Star" e "New York Times".

Jerry Lee passou 49 meses dentro de uma prisão federal de segurança máxima, na Penitenciária Big Sandy dos EUA – mas parecia completamente diferente ao ser libertado. Isso porque Jerry, que foi punido por tentar roubar um banco, tatuou o próprio rosto e as pálpebras em sua cela.

“Queimei óleo vegetal e misturei a fuligem com álcool para fazer a tinta e usei uma mola de caneta como agulha. Fiz tudo no espelho da minha cela. É uma caveira representando a morte aberta com meus demônios internos olhando para fora”, contou em entrevista ao Daily Star.

A inspiração veio depois de ser colocado em segregação após um incidente de esfaqueamento. Durante o isolamento, ele recebeu uma carta comovente de seu filho. E foi aí que ele resolveu mudar, por dentro e por fora:

“Não pude ligar para ele porque estava em segregação disciplinar. Uma parte de mim morreu daquela vez por não poder estar ao lado dele. Quando voltei para a população, foi isso que saiu. Fiz isso para mim mesmo como uma lembrança diária daquela época, uma época da minha vida que nunca vou querer esquecer", relatou o morador de Carolina do Norte.

O estranhamento das pessoas ao seu trabalho artístico não o abalou.

"A maioria dos outros prisioneiros e guardas também gostou. Estou muito feliz com isso e continuarei a trabalhar com tatuagens", disse Jerry que se reencontrou com seu filho em 2021 e espera um dia ser um tatuador profissional.

Conheça outros casos de presos que tiveram mudanças físicas notórias:

CASSANDRA SAINSBURY

Cassandra Sainsbury ficou conhecida como “Cocaine Cassie” depois de ser punida por contrabandear para a Colômbia 5,8 kg de pólvora, escondida dentro de seus fones de ouvido, em 2017. A mulher, que já tinha trabalhado como personal trainer, foi condenada a seis anos de prisão em El Buen Pastor – uma das prisões mais duras da Colômbia.

Libertada antes do tempo após problemas de superlotação, a acusada de tráfico afirma ter cometido o crime sob coação porque sua família havia sido ameaçada. Na prisão ela ganhou peso, mas desde que foi para casa ela imediatamente começou a melhorar sua forma física como uma forma de esquecer o que passou no presídio.

Uma foto publicada nas redes sociais a mostrou visivelmente mais magra, com abdominais tonificados. Na legenda, escreveu: “Exercícios e dieta. Isso é o que você precisa fazer”.

Cassandra também fez tatuagens no braço direito depois de sua saída, em abril de 2020. Nos últimos meses, ela está investindo na internet para ser influenciadora fitness. Na breve carreira já foi atacada por pessoas que descobriram os seus anos de prisão.

LEE SANDILANDS

Lee Sandilands foi enviado para a prisão enquanto passava por recuperação de vício em drogas. Dependente químico há 21 anos, o homem atirou um tijolo pela janela de um pub – só para ser preso e retirado das ruas.

Mas ele logo foi liberado e voltou ao frio, onde disse que “voltou direto para as drogas”. Então Lee procurou a ajuda de Cath e Ken Homewood, que administravam uma cozinha na cidade, e conseguiu ajuda para continuar sua recuperação na Reflections House em Castleford, West Yorks.

“Cada dia voa, estou tentando retribuir e ajudar as pessoas, sinto muita culpa pelos danos que causei e estou tentando o meu melhor para me tornar um cidadão melhor e uma pessoa melhor. Ainda devo ir ao tribunal por algumas das coisas que fiz enquanto estava na loucura, quero enviar uma mensagem ao povo de Grimsby para que saibam que sinto muito pelo que fiz durante aqueles tempos", disse na entrevista.

Acrescentando que também quer "mostrar a outras pessoas que estão passando por dificuldades que há uma saída, que as coisas podem mudar e você pode melhorar”.

A dependência química de Lee começou aos 16 anos, ele também passou por clínicas de reabilitação. Atualmente ele trabalha com conscientização em escolas e clínicas para apoiar outras pessoas que passam pelo mesmo que ele já enfrentou.

SHAWN PENKENTH

Outro homem de Grimsby com problemas de dependência é Shawn Penkenth, que passou 30 anos usando cannabis, heroína e crack. E, como Lee Sandilands, ele também passou um tempo na prisão, mas no caso de Shawn foram quase 29 anos e chegou a pesar 10kg abaixo do seu seu peso ideal por conta das substâncias.

Quando começou a se sentir “mental e emocionalmente morto”, ele conseguiu reverter a situação e passou a trabalhar como voluntário em um centro de reabilitação. Shawn, que tem três filhos e desde então ganhou peso, contou em entrevista ao GrimsbyLive, em 2021, como foi sua trajetória:

“Passei 18 anos e meio só na prisão máxima. Fui para o centro de reabilitação em 23 de janeiro de 2020 e estou limpo desde então. Agora, tenho meu primeiro apartamento em Castleford que mobiliei e decorei e também sou voluntário no Reflections ensinando outras pessoas como eu".

IAN GRIGGS

Fotos: Reprodução

Ian Griggs passou 12 anos na prisão e, após o trauma de perder o amor da sua vida em um acidente de carro enquanto ele estava ferido pelo acidente, sua reação também foi cobrir todo o seu corpo com tatuagens.

O ex-prisioneiro, que vendia drogas e cometia atos de violência, disse que usou a dor que sentia para finalmente mudar de vida.

E isso começou gastando todo o seu dinheiro em tatuagens, o que o levou a se tornar um modelo e ator internacional que estrelou o filme Legacy.

Dando uma visão de sua vida traumática, ele disse em entrevista ao Daily Star: “Tive uma vida muito difícil enquanto crescia. Entrei na prisão na adolescência e saí aos 20 anos".

*Extra