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Quinta-Feira, 21 de novembro de 2024

Mundo

FAB tenta resgatar brasileiros no Líbano em meio a ataques de Israel

FAB tenta resgatar brasileiros no Líbano em meio a ataques de Israel

(Imagem: AFP)

Diante dos ataques de Israel, diversos países estão montando operações aéreas ou marítimas para retirar cidadãos que estão no Líbano. O Brasil, por exemplo, planeja pousar um voo da FAB em Beirute nesta sexta-feira (4). No entanto, o governo ainda avalia os riscos.

   

Mais cedo, explosões foram registradas nos arredores do aeroporto de Beirute. O governo do Líbano responsabilizou Israel pelo bombardeio. Ataques também aconteceram nos subúrbios da capital libanesa.

Segundo a agência Axios, o alvo do ataque seria Hashem Safi al-Din, considerado sucessor de Hassan Nasrallah como chefe do Hezbollah. Ainda não se sabe se ele foi atingido pelas explosões. Já Nasrallah foi morto no dia 27 de setembro.

A operação próxima ao aeroporto levantou dúvidas sobre a segurança da área para a realização de pousos e decolagens em Beirute. Durante o ataque de sexta-feira, um avião comercial pousou pouco antes das explosões.

Em entrevista antes do ataque, o chanceler Mauro Vieira afirmou que a retirada de brasileiros poderia ser adiada, "se houver algum episódio que não permita a aterrissagem". Até a publicação desta reportagem, o Itamaraty e a FAB não comentaram possíveis mudanças na operação.

O Brasil planeja enviar para o Líbano uma aeronave KC-30, que deve repatriar 220 brasileiros. O avião está posicionado em Lisboa e aguarda as tratativas internacionais para viajar até Beirute.

Outros países estão adotando estratégias semelhantes ou, até mesmo, já iniciaram operações de retirada de cidadãos do Líbano. Veja alguns exemplos a seguir:

  1. Austrália: reservou assentos em voos comerciais. Avalia fazer uma operação marítima com barcos do Líbano até o Chipre, onde dois aviões militares australianos estão posicionados.
  2. Colômbia: retirou mais de 100 cidadãos na quinta-feira (3), por meio de um voo.
  3. Espanha: retirou cerca de 200 pessoas na quinta-feira e planeja novos voos.
  4. Estados Unidos: pediu para que companhias aéreas façam mais voos saindo do Líbano, com prioridade para embarque de americanos.
  5. França: elaborou um plano de contingência, mas ainda não emitiu uma ordem de evacuação.
  6. Reino Unido: fretou voos para dar suporte aos cidadãos britânicos no país. Na quarta-feira (2), 150 pessoas deixaram o Líbano.
  7. Rússia: retirou cerca de 60 pessoas em um avião especial com familiares de diplomatas russos. Cerca de 3 mil cidadãos ainda querem deixar o Líbano.
  8. Turquia: retirou mais de 300 cidadãos por meio de um barco, que viajou até Tripoli.
 
 

Entenda o conflito

 
Bombardeios de Israel no subúrbio de Beirute, Líbano — Foto: AFP

Bombardeios de Israel no subúrbio de Beirute, Líbano — Foto: AFP

Israel disse que está fazendo uma operação militar contra o grupo extremista Hezbollah. Embora tenha atuação política no Líbano, a organização possui um braço armado com forte influência no país. Além disso, o Hezbollah é apoiado pelo Irã e é aliado dos terroristas do Hamas.

Os extremistas têm bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.

Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.

Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:

  • Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
  • A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
  • Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
  • Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
  • Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
  • Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
  • Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.
  • Israel lançou uma operação terrestre no Líbano "limitada e precisa" contra alvos do Hezbollah, no dia 30 de setembro.
  • Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano.
 

Em duas semanas, ataques israelenses em todo o território libanês provocaram 1,9 mil mortes. Somente nesta quinta-feira, 37 pessoas foram mortas e 151 se feriram em ataques, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.

Veja onde fica o Líbano — Foto: Arte/g1

Veja onde fica o Líbano — Foto: Arte/g1

*G1