Aguarde. Carregando informações.
MENU

Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024

Política

'Alguém que pratica assédio não ficará no governo', diz Lula após denúncias contra Silvio Almeida

'Alguém que pratica assédio não ficará no governo', diz Lula após denúncias contra Silvio Almeida

(Imagem: Reprodução G1)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta sexta-feira (6) pela primeira vez sobre as denúncias de assédio supostamente cometido pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Segundo a ONG Me Too Brasil, mulheres denunciaram ter sido vítimas de assédio sexual e moral por parte do ministro. Ele nega as condutas e repudia o que chama de "ilações absurdas" (veja detalhes mais abaixo).

"O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender", disse Lula à Rádio Difusora, de Goiânia (GO).
 

Lula disse, ainda, que o governo vai colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética Pública para investigar.

"Eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres, o meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio", afirmou.

"Então, é o seguinte, nós vamos ter que apurar corretamente. Mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa da mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém acusado de assédio."
 

Lula disse, ainda, que não vai permitir que um "erro pessoal" ou um "equívoco" de alguém prejudique o governo.

"Nós queremos paz e tranquilidade, e assédio não pode coexistir com a democracia, com o respeito aos direitos humanos. E sobretudo, com o respeito aos subordinados", disse.

Decisão ainda nesta sexta

 

Lula disse que pediu na quinta (5) que o advogado-geral da União, Jorge Messias; o controlador-geral da União, Vinicius Marques de Carvalho; e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, começassem as conversas sobre o tema.

O presidente retorna a Brasília na tarde desta sexta, após compromissos em São Paulo e Goiás. Ele deve se reunir à tarde com a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) – que, segundo auxiliares do Planalto, é autora de uma das denúncias.

Lula também deve conversar com o próprio ministro Silvio Almeida, que nega as acusações e diz estar sendo alvo de "ilações absurdas".

Questionado sobre um possível "afastamento" do ministro do cargo, até a conclusão das investigações, Lula disse que tomará essa decisão na tarde desta sexta.

Em entrevista à rádio, afirmou ainda que conversará com "mais três mulheres que são ministras", sem indicar nomes. O governo tem nove ministras ao todo, incluindo Anielle Franco.

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados; Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados; Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

'Mulheres estão com as mulheres', diz Lula sobre foto de Janja e Anielle

 

Lula foi comentou a foto publicada pela primeira-dama Janja em uma rede social.

Na imagem, postada sem legenda, Janja aparece beijando a testa da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco – segundo informações iniciais, uma das mulheres que denunciou Silvio Almeida.

"O motivo de uma foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca de que as mulheres estão com as mulheres. E é o normal. Não tem uma mulher que fique favorável a alguém denunciado por assédio", disse Lula.
 

Denúncias de assédio moral e sexual

 

Na quinta (5), a ONG Me Too Brasil afirmou ter recebido denúncias contra o ministro. Os nomes das vítimas não foram divulgados.

O ministro negou as condutas e disse repudiar o que chamou de "ilações absurdas" e "denunciação caluniosa".

Os nomes das vítimas não foram tornados públicos pela ONG ou pelo governo. Falas e postagens, no entanto, indicaram que a ministra Anielle Franco seria uma das vítimas. A informação foi confirmada também pelo blog da Ana Flor junto a assessores do Palácio do Planalto.

O governo federal abriu diversas frentes de apuração sobre o tema – na Polícia Federal e na Comissão de Ética Pública, por exemplo. Silvio Almeida também pediu apuração das denúncias, que julga serem inverídicas.

*G1