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Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024

Política

Após Senado aprovar taxação, secretarias de Fazenda querem discutir aumento do ICMS para compras do exterior

Após Senado aprovar taxação, secretarias de Fazenda querem discutir aumento do ICMS para compras do exterior

(Imagem: Sérgio Lima/Poder 360)

O Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) deve voltar a discutir, nos próximos meses, um aumento na alíquota unificada do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre compras internacionais enviadas ao Brasil.

Segundo membros do Comsefaz ouvidos pelo g1, a ideia é levar a pauta para discussão nas duas próximas reuniões do grupo, previstas para ocorrer em julho e setembro.

Atualmente, remessas estrangeiras são taxadas em 17% pelo ICMS, de competência dos estados.

A proposta, em análise pelo Comsefaz, prevê um aumento da alíquota para 25% no próximo ano.

A elevação do ICMS, ainda segundo secretários de Fazenda ouvidos pelo g1, tem apoio do Ministério da Fazenda.

A medida chegou a ser colocada em pauta durante reunião do conselho em abril, mas teve a análise adiada.

A discussão sobre a taxação das “comprinhas” voltou ao centro do debate político nas últimas semanas. A medida é polêmica, porque afeta as compras em sites chineses, muito populares no Brasil. Por outro lado, o varejo interno reclama de competição desleal.

Nesta quarta-feira (5), o Senado aprovou um projeto que tributa compras internacionais de até US$ 50.

O texto estabelece que as remessas enviadas ao Brasil neste valor terão de pagar uma alíquota de 20% do Imposto de Importação (II). Encomendas acima de US$ 50,01 seguirão taxadas com a alíquota tradicional do II, que é de 60%

Hoje, compras internacionais abaixo de US$ 50 são isentas do II, que é de competência federal. Pagam, porém, a alíquota do ICMS unificada em todos os estados. A atual isenção federal é válida somente para envios feitos por empresas cadastradas no programa Remessa Conforme, da Receita Federal.

A tributação das compras internacionais é defendida amplamente pelo setor industrial brasileiro, que avalia haver uma espécie de competição desleal com o comércio eletrônico estrangeiro.

Nota da indústria

 

Após a aprovação da taxação pelo Senado, a Federação das Indústria de Minas (Fiemg) divulgou uma nota na qual disse que a medida é um "primeiro passo" para, segundo a entidade, corrigir a competição desequilibrada com os produtos estrangeiros.

"A aprovação pelo Senado de uma alíquota de 20% de imposto de importação para produtos abaixo US$ 50 comprados em sites internacionais é um primeiro passo para combater um equívoco do governo que tem custado R$ 100 bilhões ao ano aos cofres públicos e prejudicado a indústria nacional, mas ainda não é suficiente", disse a nota.

*G1