Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
A relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), negou nesta 3ª feira (15.ago.2023) que apurar se a suposta venda de itens de luxo recebidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) fuja do escopo da comissão. A posição da relatora vai na direção contrária ao que diz o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), que já negou incluir no colegiado supostos casos de corrupção.
Para Eliziane, investigar a suposta venda de itens é importante para apurar o financiamento dos atos do 8 de Janeiro.
“Temos uma linha de investigação na CPMI onde a investigação aponta para a busca das autorias intelectual e financeira. Ou seja, precisamos chegar nos financiadores e precisamos chegar em quem pensou, quem arquitetou o golpe”, disse a senadora nesta 3ª feira (15.ago.2023). “Nós precisamos saber se esses volumes financeiros que foram resultados, por exemplo, de comercialização de produtos de luxo foram direcionados para os atos antidemocráticos. Então nesse sentido nós não estamos fugindo do escopo da CPI”.
Arthur Maia também falou sobre o tema nesta 3ª feira (15.ago). O deputado descartou qualquer relação da investigação sobre joias com o 8 de Janeiro. Para ele, não há “nexo de causalidade”. Disse ainda que a investigação sobre os presentes recebidos pela Presidência durante o governo Bolsonaro seria uma CPI separada.
“Não contem comigo para transformar essa CPI em muito oba a oba e pouco resultado”, disse durante a sessão do colegiado. “Apurar tudo para ao fim e ao cabo apurarmos absolutamente nada”.
JOIAS
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na 6ª feira (11ago), operação para apurar suposto esquema de venda de presentes oficiais dados a Bolsonaro enquanto ele ainda estava na Presidência. Pessoas ligadas ao ex-presidente foram alvo. Por meio de sua defesa, Bolsonaro negou que tenha desviado bens públicos. Eis a íntegra (110 KB).
Entre os alvos estão:
De acordo com relatório da PF, o esquema de venda dos bens teria sido articulado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e pelo seu assessor Osmar Crivelatti. As buscas foram realizadas em endereços de militares ligados ao ex-presidente.
A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão conta com um relatório da corporação que indica que um relógio Rolex, presente saudita, foi entregue para Bolsonaro e depois vendido nos EUA. Segundo o relatório, Frederick Wassef teria recomprado o relógio por um valor maior do que o da venda no país norte-americano para entregá-lo ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Além disso, o documento mostra mensagens do tenente-coronel Mauro Cid sobre ele ter combinado com o seu pai, o general Lourena Cid, a entrega de US$ 25.000 em dinheiro a Bolsonaro para não fazer “movimentação” na conta do ex-presidente.