Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
O presidente interino do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), disse nesta 2ª feira (4.dez.2023) que a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) deve votar “na próxima reunião” o empréstimo autorizado pelo governo federal de US$ 40 milhões para Maceió. Na 3ª feira (5.dez), está marcada votação do colegiado.
Cunha é relator do pedido de empréstimo. Segundo o senador, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), encaminhou a proposta ao Senado na 6ª feira (1º.dez) para conter os danos sociais e econômicos causados pelo afundamento da mina da Braskem na capital alagoana. Pela medida, os recursos sairão do Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata).
“Essa votação deve ir já na próxima reunião da CAE. Eu tenho certeza que, inclusive por esse momento, vai ter uma celeridade muito maior e que a gente possa fazer com que o município [Maceió] tenha condições de resgatar a infraestrutura e reconstruir boa parte da cidade”, afirmou Cunha a jornalistas. Ele estava acompanhado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL).
Se aprovado pela CAE, o pedido de empréstimo deve ainda passar pelo plenário da Casa Alta.
ENTENDA O CASO
Na 4ª feira (29.nov), a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na cidade por 180 dias. A causa é o risco iminente de colapso de uma mina da Braskem, localizada na região da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. No dia seguinte, o mapa de risco foi ampliado e, com isso, moradores da região do Bom Parto foram incluídos no programa de realocação.
Segundo o governo do Estado, as minas são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, mas que estavam sendo fechadas desde que o SGB (Serviço Geológico do Brasil) confirmou que a atividade realizada pela Braskem provocou o fenômeno geológico na região.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), criou um gabinete de crise para acompanhar a situação e os possíveis desabamentos. Caso o cenário se confirme, grandes crateras podem se formar nas áreas afetadas.
O governo informou que o monitoramento na região foi reforçado depois de 5 abalos sísmicos registrados só em novembro. Segundo o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo, uma ruptura pode causar efeito cascata em outras minas.
“Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. E temos outros problemas. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também do fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, disse.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Maria Laura Giuliani sob a supervisão da editora-assistente Isadora Albernaz