Terça-Feira, 29 de abril de 2025
Terça-Feira, 29 de abril de 2025
A Comissão de Direitos Humanos do Senado enviou ofício para duas redes sociais nesta terça-feira (15) cobrando providências das empresas para garantir a segurança e a integridade física e psicológica de crianças e adolescentes que acessam as plataformas. A medida foi adotada após a morte de Sarah Raissa, de oito anos, no chamado “Desafio do Desodorante”. A criança morava em Ceilândia e morreu de parada cardiorrespiratória com a inalação do gás aerossol do desodorante no último domingo (13).
No questionamento, a presidente da Comissão, senadora Damares Alves (Republicanos), avalia que “se existem mecanismos de segurança, estes obviamente falharam a ponto de uma criança de oito anos ter conseguido acessar e morrer após participar do desafio”.
“Quem postou o desafio deve ser exemplarmente penalizado, mas as empresas também precisam ser mais responsáveis”, disse a parlamentar.Damares quer saber, por exemplo, que medidas prévias são adotadas pelas empresas de tecnologia para impedir a circulação desse tipo de publicação e pergunta sobre as medidas imediatas adotadas quando esse tipo de conteúdo é compartilhado.
A senadora, além disso, questiona se há algum procedimento adotado para apurar a responsabilidades dos envolvidos e se há cooperação com as autoridades.
Entenda
Uma menina de 8 anos morreu neste domingo (13), no Distrito Federal, após ter participado do chamado “Desafio do Desodorante”, que circula nas redes sociais. A Polícia Civil do DF, por meio da Delegacia de Polícia, instaurou inquérito policial para apurar a morte.
Sarah Raissa foi levada ao Hospital Regional de Ceilândia na quinta-feira (10) após ter inalado gás de um desodorante aerossol. A inalação fez com que ela tivesse uma parada cardiorrespiratória. Ela foi reanimada cerca de 60 minutos, mas já não apresentou reflexos neurológicos. A morte cerebral foi atestada no domingo.
Pelas redes sociais, uma das médicas que atendeu a menina alertou aos pais sobre o perigo e destacou que a criança não tinha comorbidades. “Uma menina de 8 anos, sem comorbidade, por conta de uma brincadeira de muito mal gosto. Então, mães, pais, fica o alerta para todos alertarem os filhos, explicar que esses desafios não podem ser feitos, se alguém encontrar um desafio desses faz uma denúncia”, disse.
Segundo a PCDF, o inquérito tentará esclarecer de que forma a criança teve acesso ao conteúdo do desafio e identificar os responsáveis por sua publicação. Os envolvidos poderão responder por homicídio duplamente qualificado (por emprego de meio capaz de causar perigo comum e por se tratar de vítima menor de 14 anos). A pena pode chegar a 30 anos de reclusão.
*R7