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Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Política

Deputados discutem derrubar veto de Lula à desoneração de empresas

Deputados discutem derrubar veto de Lula à desoneração de empresas

(Imagem: TV Globo/Reprodução)

Parlamentares discutiram nesta quarta-feira (28) o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à proposta que prorrogava, até 31 de dezembro de 2027, a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia.

A desoneração consiste na permissão para que empresas desses setores substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado (veja mais abaixo).

Em conversa com jornalistas, os parlamentares criticaram o fato de o governo informar que enviaria uma outra proposta sobre o tema, mas não dar detalhes da medida antes de o Congresso analisar o veto.

"Qual é o nosso problema agora? O governo avisa que vai ter uma nova proposta, só que o governo sinaliza que ele quer a votação, a manutenção do veto, para depois ele mostrar a proposta. Nós não podemos aceitar isso, nós temos que inverter isso", afirmou o deputado Joaquim Passarinho, presidente da Frente Parlamentar de Empreendedorismo (FPE).

Haddad comenta veto à desoneração da folha de pagamento
Haddad comenta veto à desoneração da folha de pagamento

Passarinho disse ainda que o governo não procurou os parlamentares e que a nova proposta teria pouco tempo para tramitar no Congresso.

"A dificuldade de o governo mandar uma proposta nova é a data do 31, lembra que isso vai chegar agora em dezembro, se chegar, nós temos a LDO, orçamento, nós temos a reforma tributária, tudo para votar. Então dificilmente uma proposta nova caminharia com tempo suficiente para começar a valer a partir de 1º de janeiro", afirmou o deputado.

O autor da proposta, senador Efraim Filho (União Brasil-PB), disse ainda que existe espaço para negociação com o governo, mas que, primeiro, o veto deveria ser derrubado.

"Existe espaço de diálogo, existe espaço de negociação, mas com uma premissa: a derrubada do veto. A prorrogação que já existe hoje tem de vir primeiro, nós já não temos tempo hábil para começar a tramitar uma proposta nova, então se derruba o veto, se prorroga o que já existe hoje, que é o mais justo, e o que diminui a angústia das famílias, e a partir daí a gente tem sim todo interesse de sentar para buscar um aperfeiçoamento dessa legislação", disse Efraim.

O senador afirmou ainda que o dia ideal para análise do veto seria 15 de dezembro, e que o maior desafio dos parlamentares no momento é pautar a matéria, pois o Congresso Nacional tem outros vetos para analisar primeiro.

"O nosso maior desafio é pautar a matéria. Sendo pautada até o final do ano, nós temos os votos para ser derrubada", afirmou.

O parlamentar disse ainda que o projeto dialoga com a "vida real das pessoas" e que o veto já gerou efeitos na economia.

"O veto já fez com que muitas empresas puxassem o freio de mão. Ou seja, diante da insegurança jurídica, suspenderam abertura de novas filiais, ampliação dos negócios e portanto a contratação de mais pessoas, porque é a isso que essa política pública se presta, dar condições para que as empresas possam crescer, crescendo, contratar novas pessoas", afirmou.

Desoneração

 

desoneração da folha aprovada pelo Congresso Nacional permite, na prática, que as companhias paguem um valor menor do imposto e, a partir do alívio nas contas, consigam contratar mais funcionários e manter os empregos.

Entre as 17 categorias de que trata o projeto estão:

  • indústria (couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos);
  • serviços (tecnologia da informação, call center, comunicação);
  • transportes (rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metro ferroviário);
  • construção (construção civil e pesada).
 

*g1