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Sexta-Feira, 29 de novembro de 2024

Política

Em ano de vitórias no Congresso, governo mais que dobra empenho de emendas

Em ano de vitórias no Congresso, governo mais que dobra empenho de emendas

(Imagem: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)

A lista de vitórias obtidas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional em 2023 – com itens como o arcabouço fiscal e a reforma tributária – foi garantida com base não apenas em carisma e conversa, mas principalmente em negociações com deputados e senadores.

empenho de emendas parlamentares mais que dobrou neste primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, se comparado a 2022.

O empenho é uma "reserva" do valor e, na prática, garante que o dinheiro será enviado – mesmo que a transferência em si só ocorra posteriormente.

Segundo dados da Secretaria de Relações Institucionais, comandada pelo ministro Alexandre Padilha, o empenho neste primeiro ano de Lula foi bem superior ao montante empenhado no último ano do governo Bolsonaro.

De janeiro até esta quinta (28), o governo empenhou R$ 34,681 bilhões em emendas parlamentares –o que representa 106,1% acima dos R$ 16,824 bilhões empenhados por Bolsonaro em igual período de 2022.

Neste mês, o empenho acelerou mais ainda a partir de pressões da base aliada de Lula. Os pedidos foram atendidos, e deram resultado: o Congresso concluiu a votação da reforma tributária, da tributação de fundos exclusivos e de offshores, da medida provisória das subvenções estaduais e da regulamentação das apostas esportivas.

Todas essas medidas eram consideradas essenciais para acelerar o ritmo de crescimento da economia brasileira.

Em meses anteriores, o governo já tinha conseguido aprovar projetos como o novo marco fiscal, a volta do "voto de qualidade" do Carf, a nova política de valorização do salário mínimo e a recriação do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida.

Para além dos projetos, conseguiu emplacar já no fim do ano a indicação de Flávio Dino para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

“Os recursos das emendas parlamentares, que foram executados pelos ministérios, ampliaram o alcance de diversas políticas federais para educação, saúde, assistência social, infraestrutura e desenvolvimento econômico, entre outras”, avalia o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha.

Padilha é o responsável pelas negociações com a base aliada. Foi ele, por exemplo, que negociou e acertou com o presidente Lula a entrada do Progressistas e Republicanos na base aliada do governo do petista – o que foi vital para aprovar medidas no Congresso neste segundo semestre, principalmente as da agenda econômica.

Para o ano que vem, o valor das emendas parlamentares subiu para R$ 48 bilhões, com o aumento das verbas para deputados e senadores classificadas de emendas de comissão.

Neste ano, as emendas individuais empenhadas passaram de R$ 10,7 bilhões para R$ 20,689 bilhões. Já as de bancada subiram de R$ 5,791 bilhões para R$ 7,369 bilhões. Por último, as de comissão saíram de R$ 308 milhões para R$ 6,623 bilhões.

No próximo ano, por sinal, as emendas de comissão vão passar para R$ 11,2 bilhões, fruto de uma pressão de última hora da base aliada para aprovação do Orçamento da União de 2024. As emendas individuais e de bancadas são impositivas.

O governo é obrigado a pagá-las. No caso das de comissão, houve uma tentativa do Congresso em torná-las impositivas, mas o governo conseguiu retirar a proposta do projeto aprovado.

O Congresso aprovou inclusive um calendário de liberação das emendas no próximo ano, que teriam de ser empenhadas todas até o primeiro semestre de 2024. Mas o governo Lula deve vetar esse calendário, que definiria a data do empenho das emendas.

Hoje, o governo consegue dosar o ritmo de liberação das emendas para concentrar os empenhos em votações importantes no Congresso Nacional.

*G1/Blog do Valdo Cruz