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Sexta-Feira, 29 de novembro de 2024

Política

Equipe de Lula avalia que MP sobre desoneração será muito alterada ou devolvida

Equipe de Lula avalia que MP sobre desoneração será muito alterada ou devolvida

(Imagem: Cláudio Reis/Enquadrar/Estadão Conteúdo)

A equipe do presidente Lula admite que, na melhor das hipóteses, a medida provisória que muda a desoneração da folha de pagamento será alterada no Congresso Nacional.

Na pior das possibilidades, avalia o entorno do presidente, a MP será devolvida, o que seria péssimo para o governo, pois prejudicaria também outras duas medidas adotadas para recuperar perdas de receitas da União no próximo ano.

Em conversas reservadas, assessores do presidente Lula reconhecem que a reação à MP foi bem maior do que a esperada. E afirmam que o governo vai trabalhar para que seja feita uma negociação na retomada dos trabalhos do Legislativo para aprová-la. Como no caso da desoneração a medida só entra em vigor em abril, haveria tempo para conversas e votação do texto antes desse prazo.

“A MP da equipe do Haddad vai, no mínimo, ser muito alterada. Mexeu muito em uma proposta aprovada pelo Congresso e reconfirmada pelos parlamentares na derrubada do veto do presidente. O risco é ser devolvida, trazendo mais prejuízos porque revogaria as outras medidas, talvez até mais importantes em 2024 do que a desoneração”, disse ao blog reservadamente um auxiliar de Lula.

A MP acabou com o modelo que beneficiava 17 setores intensivos em mão de obra. O modelo troca a cobrança previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento por outra sobre o faturamento bruto num percentual entre 1% e 4,5%.

A nova proposta de Fernando Haddad reonera os setores, com uma redução da alíquota de 20% para 10% ou 15% para a faixa salarial até um salário mínimo. Esse percentual subiria gradualmente até 2027 chegando a 18,75%. Para a faixa salarial acima de um salário mínimo, voltaria a cobrança de 20% sobre a folha de pagamento.

Na avaliação do autor do projeto que prorrogou o benefício para 17 setores até 2027, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), a proposta do governo “é muito ruim”, prejudica os setores e coloca em risco empregos no país no próximo ano. Ele defende que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) devolva a MP.

Na sexta-feira (29), o presidente do Congresso disse que viu com estranheza a decisão do governo de revogar a lei aprovada pelo Legislativo e que se reunirá com líderes no início de janeiro para tomar uma decisão com base em uma avaliação jurídica da consultoria do Senado. Segundo ele, na nota, será debatido se a MP deve ou não tramitar, ou seja, ela pode ser devolvida.

*G1/Blog do Valdo Cruz