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Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Política

Hacker Walter Delgatti deve ser ouvido hoje na CPI da Câmara Legislativa do DF

Hacker Walter Delgatti deve ser ouvido hoje na CPI da Câmara Legislativa do DF

(Imagem: Reprodução/TV Senado )

CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deve ouvir, nesta quinta-feira (14), o hacker Walter Delgatti Neto. Ele ficou conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato e, mais recentemente, pela participação em um suposto plano para desacreditar as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral (saiba mais abaixo).

O depoimento está marcado para às 10h e será feito por meio de videoconferência. No dia 16 de agosto ele foi ouvido na CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional e disse que durante uma reunião no Palácio da Alvorada com Jair Bolsonaro (PL), antes das eleições de 2022, o então presidente assegurou que concederia um indulto (perdão presidencial) a ele, caso fosse preso ou condenado por ações sobre urnas eletrônicas.

"A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia", declarou.

Em 2019, Delgatti teria vazado mensagens atribuídas ao então ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, a integrantes da força-tarefa da Lava Jato e outras autoridades. O hacker foi condenado a 20 anos e 1 mês de prisão pelos vazamentos de conversas ligadas à Operação Lava Jato.

Ele também passou a ser investigado pela invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Depoimento à CPMI

 
'Fui eu quem fez ele', diz Walter Delgatti sobre relatório do Ministério da Defesa entregue ao TSE
'Fui eu quem fez ele', diz Walter Delgatti sobre relatório do Ministério da Defesa entregue ao TSE

À CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, Delgatti contou que em conversa com Jair Bolsonaro ouviu que o entorno do então presidente havia conseguido grampear o ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo Delgatti, Bolsonaro teria sugerido que o hacker "assumisse a autoria" do grampo.

"Segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo", disse.

No seu depoimento, Delgatti também contou que assessores de Bolsonaro aconselharam a criação de um "código-fonte" falso para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude.

A proposta teria partido do marqueteiro Duda Lima em uma reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outras pessoas ligadas à parlamentar. Lima nega participação na reunião.

Veja as afirmações do hacker à CPMI:

  • Bolsonaro prometeu a ele um indulto caso fosse preso por ação contra urnas eletrônicas
  • o ex-presidente citou um 'grampo' contra Moraes e pediu a Delgatti que 'assumisse autoria' da invasão
  • a deputada Zambelli prometeu a ele emprego na campanha de Bolsonaro de 2022
  • o marqueteiro de Bolsonaro na campanha pediu um 'código-fonte' fake para apontar fragilidade nas urnas
  • sabia que estava cometendo crime ao agir contra as urnas, mas que havia recebido ordem do então presidente
  • Zambelli enviou a ele o texto de um falso mandado de prisão contra Moraes
  • orientou servidores do Ministério da Defesa na elaboração de relatório sobre urnas
  • Moro é um 'criminoso contumaz' e bateu boca com o ex-juiz da Lava Jato, que chamou o hacker de 'bandido'

*G1