Domingo, 24 de novembro de 2024
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na manhã desta terça-feira (8), em discurso na abertura da Cúpula da Amazônia, que "nunca foi tão urgente retomar e ampliar" a cooperação entre os países que têm a floresta em seu território.
"É motivo de muita alegria encontrar os presidentes dos países da América do Sul para tratar da Amazônia, patrimônio comum dos nossos países. Desde que o tratado de cooperação da Amazônia foi assinado, os chefes de estado só encontraram por três vezes, todas em Manaus. Há 14 anos não nos reuníamos. E a primeira vez no contexto do severo agravamento da mudança climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação", disse.
O presidente também afirmou que a "história da Amazônia será medida entre antes e depois" da cúpula, que é realizada em Belém, e reúne representantes dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). São eles:
O evento foi idealizado pelo governo brasileiro e tem como principal objetivo fortalecer a OTCA. Apesar de pouco conhecido, este é o único mecanismo internacional com sede no Brasil, e age para promover desenvolvimento sustentável na área.
Presidente Lula na abertura da Cúpula da Amazônia, em Belém — Foto: TV Brasil/Reprodução
No discurso de abertura, Lula disse que cúpula deve discutir três principais temas:
Em discurso ao longo da manhã, o petista também reforço que é necessário "superar desconfianças".
"Queremos retomar a cooperação entre nossos países e superar desconfianças. Queremos reconstruir e ampliar nossos canais de diálogo. Isso requer mudar não apenas a compreensão da Amazônia, mas também sua realidade."
Cinco chefes de Estado estão no evento. O presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, cancelou a participação, citando uma infecção nos ouvidos. Para representá-lo, enviou a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, que já está em Belém.
Além de Maduro, já haviam anunciado que não participariam da cúpula os presidentes do Equador, Guillermo Lasso, e do Suriname, Chan Santokhi. Os dois países enviaram ministros como representantes.
Ainda participam representantes da República do Congo, da República Democrática do Congo e da Indonésia, países que contam com grandes reservas de florestas tropicais.
Lula também optou por convidar para o evento representantes da Noruega e Alemanha, países que contribuem com o Fundo Amazônia. Após o encontro, os chefes de Estado assinarão a Declaração de Belém, uma carta com compromissos que devem ser assumidos pelos países.
Além dos discursos dos chefes de Estado, também se pronunciam na cerimônia o governador do Pará, Helder Barbalho; a secretária-geral da OTCA, Maria Alexandra Moreira López; e seis representantes da sociedade civil, que trarão propostas provenientes dos Diálogos Amazônicos, evento que antecedeu a cúpula e contou com a participação de 27 mil pessoas.
O presidente brasileiro já afirmou anteriormente que acredita que os países com floresta amazônica podem assumir o compromisso de zerar suas taxas de desmatamento até 2030. Nesta terça, em transmissão, ele cobrou apoio de governos locais para atingir a meta.
"Acho que minha obrigação é falar para todo mundo que o Brasil fará sua parte. Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. E não vamos fazer na marra. Temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução", disse.
A cúpula é tratada como uma prévia da COP 30, principal evento da Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar das questões climáticas, que será realizado em 2025, também em Belém.
Lula anunciou a cúpula ainda antes de tomar posse, durante a Conferência do Clima realizada no Egito, no final de 2022.
"Quero também propor duas importantes iniciativas, a serem apresentadas formalmente pelo meu governo", disse na ocasião. "A primeira iniciativa é a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica.”
Já eleito, programou o encontro ainda em janeiro, no início do seu terceiro governo, tratando do assunto nos encontros bilaterais realizados logo após a sua posse.
*G1