Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV neste domingo (28). A fala do presidente começou às 20h30, no horário de Brasília. Além de apresentar um balanço das ações de seu governo, que completou um ano e meio, Lula disse que não abrirá mão da responsabilidade fiscal.
"Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais. Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne", afirmou o presidente.
Em publicação em rede social mais cedo, o presidente havia dito que o pronunciamento seria para "conversar sobre os rumos do Brasil".
Esse foi o quarto pronunciamento em rede nacional de rádio e TV que Lula faz desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023.
A declaração sobre o compromisso com a responsabilidade fiscal vem dias depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões e um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento de 2024, totalizando R$ 15 bilhões.
Segundo o governo, a medida foi necessária para cumprir a regra de gastos prevista no arcabouço fiscal. De maneira geral, o arcabouço determina que despesas só podem crescer em uma certa proporção das receitas.
Na última segunda-feira (22), Lula disse que fará bloqueios no Orçamento "sempre que precisar". "A gente só pode gastar aquilo que a gente ganha. Se a gente gastar mais do que a gente ganha, a gente vai quebrar", afirmou na ocasião, em entrevista a agências internacionais de notícias.
O governo vem sendo pressionado, por diversos setores, a rever os gastos para equilibrar as contas públicas e tentar cumprir a meta de déficit zero.
"O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, você pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação", acrescentou Lula. Nos últimos dias, o ministro Haddad virou alvo de memes nas redes sociais por causa de sua política de taxações, que é ironizada pela oposição.
No pronunciamento deste domingo, Lula também destacou a reunião do G20, que será realizada no Rio de Janeiro.
"Em novembro vamos sediar a reunião de cúpula do G20, o grupo das economias mais importantes do mundo. Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo", afirmou.
"Para tornar o mundo mais justo, estamos levando para o G20 a proposta de taxação dos super-ricos, que já conta com a adesão de vários países", completou.
Também neste domingo, Lula viajou de Brasília para São Paulo. Na agenda pública do presidente não há informação sobre o compromisso na capital paulista.
O Palácio do Planalto informou apenas se tratar de uma "agenda pessoal" do presidente, não relacionada a questões de saúde, mas não deu detalhes do que Lula faria em São Paulo.
*G1