Uma semana depois da oficialização da candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), à presidência da Câmara dos Deputados, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA) viu a maioria dos partidos da Casa oficializar apoio ao paraibano, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Das 19 legendas presentes na Câmara, 12 aderiram à candidatura de Motta, sendo: PT, PV, PCdoB, PL, PP, MDB, Podemos, Republicanos, PSDB, Cidadania, PSB e PDT. Ao todo, são 373 deputados em prol do candidato do Republicanos. Ainda não declararam apoio a ele, porém, o União Brasil, o PSD, o Avante, o Solidariedade, o PRD, o Novo, o PSOL e a Rede.
O bloco de Elmar tem sete partidos. Do total, três (PP, PDT e PSDB-Cidadania) já oficializaram apoio a Motta. Tirando o União, o trio possui as maiores bancadas do bloco.
Inicialmente favorito na disputa, Elmar viu sua candidatura desidratar à medida que Lira não oficializou apoio ao seu nome. Nos bastidores, interlocutores do parlamentar baiano sinalizam que ele deve desistir oficialmente da candidatura em breve. Em troca, ele estaria negociando a relatora do Orçamento de 2026.
Apesar disso, na terça-feira (5), o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Afonso Motta (RS), disse que o líder do União Brasil comunicou à bancada pedetista a desistência da candidatura à presidência. Oficialmente, Elmar, porém, negou.
Conforme apurou o R7, as negociações entre o Republicanos e o União estão “muito bem encaminhadas”. Assim, seria apenas questão de tempo a oficialização da desistência por parte de Elmar.
Nos últimos dias, Elmar chegou a chamar Lira de “cabo eleitoral” de Motta e disse que “perdeu um amigo”, em referência ao apoio do alagoano ao paraibano. Motta, contudo, permanece com o discurso de que manterá o “diálogo” até a “exaustão” com todas as bancadas na busca pelo maior apoio possível.
O parlamentar baiano chegou, até mesmo, a costurar um acordo com o líder do PSD, Antonio Brito (BA), também postulante à presidência da Câmara, para que um apoiasse o outro, desde que tivesse maior apoio a medida que a disputa fosse se acirrando.
Se Elmar sinaliza a aliados a desistência, por outro lado, Brito não o faz. Ontem, ele manteve sua candidatura, mas indicou que poderia retirá-la a depender de um “diálogo” com Lira e Motta.
O PSD deseja manter a proporcionalidade do partido no que se refere a cargos na mesa diretora e no comando das comissões permanentes. Conforme apurou o R7, a legenda quer comandar a CMO (Comissão Mista de Orçamento) em 2026, o que tinha sido combinado na reeleição de Lira.
Composição da Mesa Diretora
Conforme apurou o R7, o PL — que tem a maior bancada da Casa — deve ficar com a primeira vice-presidência da Casa caso Motta seja eleito. O líder da sigla na Câmara, Altineu Cortês (RJ), é cotado como um nome para o posto.
Seguindo a ordem de proporcionalidade, o PP pode ficar com a segunda vice-presidência, e o PT deverá continuar com a primeira secretaria da Mesa. O MDB ficaria com a segunda secretaria.