Sexta-Feira, 22 de novembro de 2024
Sexta-Feira, 22 de novembro de 2024
A sessão da CPI dos Atos Golpistas desta terça-feira (20) teve um bate-boca generalizado entre parlamentares depois que a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez um questionamento sobre uma suposta agressão a um frentista feita pelo ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.
Segundo a relatora, o frentista teria sido agredido por Silvinei por se recusar a lavar uma viatura. O caso não tem relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro investigados pela CPI.
O questionamento irritou parlamentares da oposição presentes à CPI, em especial o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA). A sessão precisou ser interrompida para os ânimos se acalmarem.
"Eu estou fazendo uma pergunta e não estou pedindo que o depoente responda o que eu quero. Eu estou pedindo para ele não enrolar. Estou pedindo para ele falar e responder o que eu perguntei. Eu não vou permitir que um depoente venha para cá tripudiar sobre esta relatoria", afirmou Eliziane.
Aos gritos, Éder Mauro, que não é integrante da CPI, protestou contra a condução do depoimento por Eliziane. A senadora tentou refazer o questionamento ao depoente, mas foi novamente interrompida pelo deputado. A parlamentar, então, mandou Éder Mauro se calar.
Éder Mauro protestou, mas teve o microfone cortado.
Eliziane afirmou: "Não vou aceitar que parlamentar nenhum tente cercear minha voz. Deputado [Éder Mauro], vossa excelência nem é integrante desta comissão. Então, simplesmente, se cale. Se cale, porque quem está falando é a relatoria da comissão e eu não vou aceitar nem você nem ninguém. Vá gritar em outro lugar, aqui não, respeite a comissão. Cale a sua boca, respeite a comissão. Cale a boca".
Diante do acirramento dos ânimos, o presidente da CPI, Arthur Maia (União Brasil-BA), suspendeu a sessão por cinco minutos. Na sequência, os trabalhos foram retomados.
"Peço a todos que mantenham a ordem, a calma. O depoente tem o direito de, não querendo, não responder à pergunta. Não queremos pedir a nenhum deputado ou senador que se retire do ambiente por estar fazendo algum tipo de balbúrdia", afirmou.
Depois de passada a confusão, Silvinei disse que foi condenado em primeiro grau na Justiça Cível de Santa Catarina pela suposta agressão, mas que está recorrendo da decisão judicial porque a história é "fantasiosa".
*G1