Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
Cerca de 2 mil alagoanos realizam procedimento de hemodiálise, número aproximado e que não corresponde ao total de pessoas que possuem doença renal crônica no estado. São pacientes que dependem do tratamento, que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue para sobreviverem. Cerca de 90% dos doentes renais crônicos realizam hemodiálise através de instituições privadas conveniadas ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Mesmo diante da importância do tratamento, os valores pagos pelo SUS para a realização do procedimento sofrem com reajustes pífios. De 2002 até 2022, o valor pago pelo Ministério da Saúde (MS) pela hemodiálise sofreu um reajuste de apenas 133%, enquanto a inflação oficial no mesmo período foi de 253%. E para piorar a situação, em junho o MS publicou a portaria nº 762 beneficiando financeiramente só as clínicas que menos ofertam hemodiálise.
Como a demanda pelo procedimento é crescente, há um temor de que a junção entre baixa remuneração e benefícios não universais a todas as clínicas prejudiquem o atendimento à população. Diante do cenário preocupante, o senador Rodrigo Cunha (PODE) protocolou requerimento solicitando que a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado realize audiência pública sobre o assunto.
“Queremos ouvir o Ministério da Saúde, secretários estaduais e municipais e entidades que representem os doentes renais crônicos. Estas pessoas não podem ficar sem atendimento e a política do governo federal, ano após anos, não valoriza a importância da hemodiálise para a vida de milhões de brasileiros. Em Alagoas, há milhares de cidadãos que dependem deste procedimento, que enfrentam filas, que viajam diariamente, que passam horas sentados ao lado do equipamento para seguirem vivendo. Estas pessoas não podem ser prejudicadas e, para isso, a política do governo precisa ser revista”, afirmou Rodrigo Cunha.
Ainda de acordo com Rodrigo, “é absurdo que o reajuste insuficiente na tabela de remuneração da hemodiálise comprometa a sustentabilidade financeira dos serviços de saúde, afetando diretamente a qualidade e a disponibilidade desses serviços para os cidadãos. Essa falta de investimento adequado impede a modernização das instalações, aquisição de equipamentos atualizados e a capacitação adequada dos profissionais de saúde. Vamos pressionar o governo federal para ampliar esta política de atendimento aos pacientes com doença renal crônica em Alagoas e no Brasil”, frisou o parlamentar.
A doença renal crônica é uma das principais causas de morte no país, com 40 mil novos doentes ao ano. Estima-se que no Brasil mais de 140 mil pacientes renais estão fazendo terapia renal substitutiva (TRS). Ou seja, quando os rins atingem 85% de comprometimento, os pacientes precisam realizar hemodiálise ao menos três vezes por semana até que a pessoa possa fazer um transplante renal. Mas muitos não conseguem e permanecem em diálise por anos.
*Assessoria