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Saúde

Braço da OMS nas Américas alerta para ameaça tripla de doenças respiratórias

Braço da OMS nas Américas alerta para ameaça tripla de doenças respiratórias

(Imagem: DIEGO VARA/REUTERS)

A diretora da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) na região, Carissa Etienne, alertou sobre uma "ameaça  tripla de doenças respiratórias" que assola o continente neste momento.

Em pronunciamento nesta quarta-feira (16), Carissa ressaltou que a forte disseminação de Covid-19, de influenza e de VSR (vírus sincicial respiratório) está "sobrecarregando nossos povos e nossos sistemas de saúde".

Na última semana, os novos casos de Covid-19 nas Américas cresceram 17%, algo que também está sendo percebido no Brasil.

Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) detectou aumento das internações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) causada principalmente pela Covid-19 nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Amazonas, nas primeiras semanas de novembro.

A Covid-19 continua a ser a principal responsável pelas hospitalizações por complicações respiratórias nas últimas quatro semanas, representando 36,9% do total. Em seguida, aparecem o vírus sincicial respiratório (26,1%), que atinge principalmente bebês e crianças, e influenza A (14,8%).

Carissa chamou atenção para o VSR, vírus contra o qual não existe vacina disponível e tem "impacto sobre os mais vulneráveis, nossas crianças e, especialmente, bebês com menos de um ano de idade".

Ainda de acordo com a chefe da Opas, existe um aumento fora de temporada dos casos de gripe no Cone Sul (região abaixo do Trópico de Capricórnio), principalmente no Uruguai e na Argentina, que está "causando pressão inesperada nos sistemas de saúde".

Questionado especificamente sobre a situação do Brasil, o diretor de gerenciamento de ameaças infecciosas da Opas, Andrea Vicari, sublinhou que há diferenças regionais da incidência da Covid-19 no país e disse que "em geral, esse aumento é relativamente menor do que outros aumentos que vimos no final de 2021 e até no início de 2022".

O especialista considera que "é esperado o aumento nesta fase em que a Covid-19 vai se transformando em uma endemia", mas que "é necessária uma avaliação de risco contínua".

"Sempre que nos tornamos complacentes com este vírus [coronavírus], corremos o risco de um repique. Não podemos baixar a guarda", enfatizou a diretora da organização.

Os integrantes da Opas que participaram da entrevista coletiva de hoje foram unânimes ao reforçar a importância do uso de máscaras para evitar as três doenças respiratórias mencionadas.

Além disso, a vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe é fundamental para reduzir o número de casos graves, mortes e não sobrecarregar serviços de saúde.

"Quando temos duas ou três [doenças respiratórias] impactando uma população simultaneamente, isso deve colocar todos em alerta", afirmou Carissa.

*R7