Domingo, 24 de novembro de 2024
Domingo, 24 de novembro de 2024
O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (7) que irá substituir gradualmente a vacina oral contra a poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024.
A VOP é também chamada como "gotinha" ou Sabin e ficou popularmente conhecida graças às campanhas de vacinação lideradas pelo personagem Zé Gotinha, utilizando a vacina oral. Já a sua substituta, a vacina inativada (VIP), é injetável, utiliza vírus "mortos" e é conhecida como Salk.
Segundo a pasta, essa mudança foi amplamente debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que levou em consideração as mais recentes evidências científicas no combate à doença. O anúncio foi realizado durante uma coletiva de imprensa realizada na cidade do Rio de Janeiro juntamente com representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Atualmente a VIP (forma injetável), já é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Mas agora a indicação da CTA foi para que o Brasil passe a adotar outros critérios.
? Veja como deve ser o novo esquema vacinal:
? Em resumo, serão quatro doses injetáveis aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, essa atualização é baseada em critérios epidemiológicos, evidências sobre a vacina e recomendações internacionais.
Mesmo após a transição do imunizante, a pasta também destacou que o icônico Zé Gotinha, símbolo histórico que ressalta a relevância da vacinação no país, permanecerá engajado em sua missão de conscientizar crianças, pais e responsáveis em todo o território nacional, por meio de sua participação nas iniciativas de imunização e campanhas promovidas pelo Governo Federal.
Personagem Zé Gotinha foi uma das atrações da edição de 2023 da Parada do Orgulho LGBT+, em SP. — Foto: Edi Sousa/Ato Press/Estadão Conteúdo
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas devido ao risco de volta da doença infectocontagiosa.
Segundo dados da OMS e do UNICEF, desde 2016 o Brasil não alcança a faixa ideal para a terceira dose da vacina da pólio. Em 2021, esse índice foi de apenas 61%
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, longe da meta de 95% para esta vacina.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus. Ela é caracterizada por um quadro de paralisia flácida.
O início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.
Além da atualização do imunizante, o Ministério da Saúde também anunciou nesta sexta a criação de um calendário de vacinação especial e regionalizado.
A ideia é que equipes da pasta viajam aos estados para analisar dados locais, definir estratégias de vacinação e monitorar esse processo.
Esse chamado "microplanejamento" também permitirá adaptação da imunização às características locais, incluindo vacinação em escolas e áreas indígenas.
Para melhorar o planejamento dessas ações de vacinação pelo país, mais de R$ 151 milhões serão repassados para estados e municípios investirem nesses projetos.
*G1