Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
O tenente-coronel Mauro Cid confirmou nesta 6ª feira (22.mar.2024) que é dele a voz nos áudios que criticam a investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) publicados pela revista Veja na 5ª feira (21.mar.2024). Ele negou, no entanto, ter sido coagido nos depoimentos à Polícia Federal e reforçou que as críticas ao ministro Alexandre de Moraes foram um “desabafo”.
A confirmação foi feita durante a audiência, cuja íntegra (PDF – 3 MB) foi tornada pública pelo ministro-relator. Durante a oitiva, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a conversa em questão foi “informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta em revista de grande circulação” e que não se recorda de quem seria o interlocutor e que provavelmente foi uma conversa telefônica.
Ao ser questionado sobre os “policiais” que teriam feito Cid dizer coisas que ele “não sabia ou não teriam acontecido”, como afirmou nos áudios, 0 ex-ajudante de ordens negou ter sido coagido durante seus depoimentos que culminaram na delação premiada.
Mauro Cid foi perguntado sobre quem seriam os policiais que queriam que ele falasse sobre coisas que não teriam acontecido. Respondeu que a PF tem uma tese investigativa e ele tem sua versão dela, mas que nenhum integrante da Polícia Federal o coagiu a falar algo que não tenha acontecido.
Nos áudios, o tenente-coronel tece críticas ao ministro Alexandre de Moraes e disse que ele “é a lei” e que “ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser”. Questionado, ele disse se tratar de um “desabafo”.
“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo”, detalhou a escrevente sobre a resposta de Cid.
O ministro Airton Vieira, que conduziu a audiência, perguntou a quem se referiu na fala “todos se deram bem, ficaram milionários”. Mauro Cid disse estar falando do “presidente Bolsonaro que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva” e que ele próprio teria perdido tudo, inclusive sua carreira.
O tenente-coronel disse que não tem mantido contato com investigados ou interlocutores e que deseja manter o acordo de premiação premiada e nos termos que foi celebrado.
FUTURO DA DELAÇÃO E PRISÃO
Depois da oitiva, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro teve a sua prisão decretada por violar os termos da sua soltura e por obstrução de Justiça.
Ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) e depois ao batalhão da polícia do Exército onde ficará recluso. Segundo os advogados, a manutenção da delação premiada ainda não estaria garantida.