Segunda-Feira, 15 de dezembro de 2025
Segunda-Feira, 15 de dezembro de 2025
Entre dezembro de 2024 e junho de 2025, volume cresceu R$ 190,23 milhões; dados do terceiro trimestre não foram divulgados. BRB diz que não houve favorecimento à cúpula do banco.
O Banco de Brasília (BRB) multiplicou por seis o valor total dos empréstimos para a alta cúpula da administração do próprio banco, na comparação entre dezembro de 2024 e junho de 2025.
A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo" e confirmada pelo g1.
Segundo as demonstrações financeiras do BRB:
? De acordo com os documentos sobre os empréstimos, a alta cúpula do banco é chamada de pessoal-chave da administração e compreende qualquer administrador: Conselho de Administração, Diretoria Executiva, Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria, e parentes.
? Essa modalidade de empréstimos aparece separada nos demonstrativos financeiros dos bancos, justamente para dar transparência às transações com "partes relacionadas" e evitar favorecimentos.
A alta nos empréstimos no BRB ocorreu durante a gestão de Paulo Henrique Costa – indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e afastado pela Justiça Federal como parte da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal em novembro.
O inquérito apura um esquema de venda de títulos de crédito falsos envolvendo o BRB e o Banco Master.
Ao g1, o BRB afirmou que não houve condições "distintas das praticadas no mercado" para os empréstimos e que as operações seguem a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e as políticas do próprio banco (veja nota completa abaixo).
O banco não informou se os empréstimos estão sendo pagos em dia – ou se ainda estão em fase de carência, antes do início da quitação.
BC sofreu pressões de políticos para aprovar a venda do Master para o BRB
Em comparação com bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, o ritmo de crescimento dos empréstimos para a alta cúpula do BRB destoa.
A Caixa manteve os empréstimos para alta cúpula da administração em torno dos R$ 35 milhões. Já o Banco do Brasil, bem maior que o BRB, não passou de R$ 10 milhões (veja abaixo).
Na Caixa:
No Banco do Brasil:
O g1 pediu o levantamento do terceiro trimestre de 2025 para o BRB, mas o dado não está disponível.
Na terça (9), o banco enviou um comunicado ao mercado para dizer que as Demonstrações Financeiras de julho a setembro de 2025 só serão divulgadas após a conclusão da operação Compliance Zero.
“O BRB informa que observa integralmente a Resolução CMN nº 4.693/2018 e demais normas aplicáveis nas transações com partes relacionadas. O conceito de partes relacionadas abrange não apenas a alta diretoria, mas, também, todas as disposições do art. 2º da Resolução, que incluem controladores, administradores, seus cônjuges e parentes até o segundo grau, além de pessoas e empresas com participação societária qualificada ou vínculos de gestão.
Todas as operações seguem a Política de Transações com Partes Relacionadas do BRB, disponível em nossa página de Relações com Investidores. O monitoramento é reportado periodicamente ao Comitê de Partes Relacionadas, ao Comitê de Auditoria Estatutário e à Auditoria Interna.
O Banco informa, ainda, que é vedada a celebração de transações em condições distintas das praticadas no mercado ou que possam prejudicar os interesses da instituição, incluindo remuneração desproporcional ao valor gerado.
Por força do sigilo bancário, o BRB não comenta casos específicos de clientes.”
*G1