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Sábado, 18 de janeiro de 2025

Brasil

Mais da metade das crianças de 20 estados brasileiros vivem com alguma privação, diz Unicef

Mais da metade das crianças de 20 estados brasileiros vivem com alguma privação, diz Unicef

(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo)

O Brasil tem mais da metade das crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivendo na pobreza. Ao todo, são 28,8 milhões (ou 55,9%) nessa situação. Em 20 estados, mais de 50% da população nessa faixa etária possui alguma privação de acesso à renda, educação, informação, água, saneamento, moradia, proteção contra o trabalho infantil e segurança alimentar.

 

Os dados são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e na Adolescência no Brasil, lançado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) na última quinta-feira (16).

O estudo classificou as restrições aos direitos fundamentais em privação intermediária, quando há um acesso limitado ou de má qualidade a uma das esferas, e em pobreza extrema, quando não há nenhum acesso ao direito.

Situação por estado

O Piauí é o estado com o maior percentual (90,6%) de crianças e jovens em privação, com 776,9 mil.

São Paulo, apesar de ser o estado com o menor percentual (31,7%), tem o maior número absoluto de crianças e adolescentes com alguma privação de acesso a direitos fundamentais: 3,3 milhões.

Outros estados com mais de 1 milhão de jovens nessa situação são:

  • Bahia, com 67,1% (2,4 milhões)
  • Pará, com 89,5% (2,2 milhões)
  • Minas Gerais, com 38,3% (1,7 milhão)
  • Rio de Janeiro, com 42,1% (1,5 milhão)
  • Paraná, com 46,2% (1,2 milhão)
  • Rio Grande do Sul, com 46,3% (1,1 milhão).

Os estados das regiões Norte e Nordeste enfrentam as situações mais críticas em relação à privação de direitos fundamentais entre crianças e adolescentes. Pará, Rondônia, Amapá, Acre e Maranhão têm ao menos 80% da população nessa faixa etária vivendo nessas condições.

Por outro lado, o percentual de privação das crianças só fica abaixo de 40% em dois estados do Sudeste e no Distrito Federal.

Redução da pobreza

Apesar de 28,8 milhões de crianças e adolescentes viverem na pobreza, houve queda em relação ao número anterior, de 2017, quando eram 34,3 milhões (62,5%) nessa situação.

Segundo o estudo, a redução da pobreza foi influenciada principalmente pelo aumento da renda — beneficiado em especial pela ampliação do Bolsa Família —, e pela melhoria no acesso à informação.

“Crianças e adolescentes precisam ter todos os seus direitos garantidos de forma conjunta, já que os direitos humanos são indivisíveis”, pontuou a chefe de Políticas Sociais do Unicef no Brasil, Liliana Chopitea.

De acordo com ela, os resultados do estudo mostram que o Brasil conseguiu avançar nas diversas dimensões avaliadas, “reduzindo a pobreza multidimensional e impactando positivamente meninas e meninos em todo o país”.

*R7