Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
O município de Porto Alegre concentra 28,7% das suspeitas de leptospirose em todo o Rio Grande do Sul, segundo dados da Secretaria de Saúde gaúcha. São 3.772 registros no estado, dos quais 1.082 estão na capital. Do total de investigações, 242 se confirmaram – 6,4% das notificações anotadas. A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria, a leptospira, encontrada na urina contaminada de roedores, principalmente ratos. O Rio Grande do Sul está em situação de agravo em relação à doença devido às enchentes que atingem o estado desde o fim de abril.
Além da capital gaúcha, 21 municípios têm suspeitas de leptospirose. Atrás de Porto Alegre, Canoas conta 294 notificações (7,8%), seguida de São Leopoldo (228 – 6%) e Sapucaia do Sul (189 – 5%). Os números foram atualizados pela secretaria na quinta-feira (6).
Dados divulgados às 9h de quarta-feira (5) pela Defesa Civil estadual apontam que 172 pessoas morreram em decorrência da tragédia ambiental e 41 estão desaparecidas. Outras 30.442 estão em abrigos e 572.781, desalojadas. Ao todo, 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas e enchentes, em 476 municípios – 95% do estado.
A Secretaria de Saúde do RS já confirmou 15 mortes por leptospirose, e outros cinco óbitos são investigados. Os municípios de Porto Alegre e Novo Hamburgo têm duas mortes pela doença, cada. Outras 11 cidades também registram óbitos por leptospirose. Confira:
• Suspeitas de leptospirose no Rio Grande do Sul por conta das chuvas: 3.772
• Casos confirmados: 242
• Mortes: 15
• Mortes em investigação: 5
• Suspeitas por município
- Porto Alegre: 1.082
- Canoas: 294
- São Leopoldo: 228
- Sapucaia do Sul: 189
- Novo Hamburgo: 159
- Alvorada: 119
- Igrejinha: 107
- Venancio Aires: 95
- Santa Cruz do Sul: 87
- Viamão: 74
- Esteio: 66
- Lajeado: 54: 54
• Lajeado: 54
- Guaíba: 49do Sul: 50
• Guaíba: 49
- Estrela: 46
- Gravataí: 44
- Três Coroas: 42
- Rio Grande: 39
- Cachoeirinha: 38
- Campo Bom: 36
- Rio Pardo: 28
• Mortes por município
- Porto Alegre: 2
- Novo Hamburgo: 2
- Venâncio Aires: 1
- Três Coroas: 1
- Travesseiro: 1
- Sapucaia do Sul: 1
- São Leopoldo: 1
- Igrejinha: 1
- Encantando: 1
- Canoas: 1
- Cachoeirinha: 1
- Alvorada: 1
- Viamão: 1
Explosão de notificações
No fim de maio, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o Rio Grande do Sul pode chegar a 1.600 casos de leptospirose. Devido ao cenário, Nísia pediu à população que não espere a confirmação da doença para procurar atendimento médico. “Há preocupação com leptospirose. Sempre devemos não só lamentar as mortes, mas dizer que há tratamento, e, por essa razão, recomendamos que não se espere a confirmação do diagnóstico. O tratamento se dá a partir do momento de verificação dos sintomas. É fundamental que as pessoas não se automediquem. Há estimativas de que podemos chegar a ter quatro vezes o número de casos que tivemos em 2023, quando foram registrados 400 casos no estado. Há também muita subnotificação, mas o mais importante é o alerta e essa compreensão de risco”, declarou.
Leptospirose
O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a transmissão da infecção e o início das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de um a 30 dias e ocorre, normalmente, entre sete e 14 dias após a exposição a situações de risco. Os principais sintomas da fase inicial são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo – principalmente nas panturrilhas – com eventual ocorrência de vômitos, diarreia e tosse.
Nas formas mais graves, pode haver icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de internação hospitalar. O paciente também pode apresentar hemorragia, meningite, insuficiência renal, hepática ou respiratória. Em caso de suspeita da doença, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.
*R7