Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Um relatório publicado pela ONU nesta quarta-feira (12) mostra que a insegurança alimentar e a fome aumentaram no mundo. No Brasil, 1,5 milhão de pessoas passaram a fazer parte dessa realidade, que afeta mais de 70 milhões de brasileiros.
O Brasil tem 10,1 milhões de brasileiros passando fome e 70,3 milhões em insegurança alimentar. No mundo todo, são 735 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em situação de insegurança alimentar.
Os dados são do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado em conjunto por cinco agências especializadas das Nações Unidas - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).
➡️ A média dos últimos três anos (2020-2022) é que 1,5 milhão de brasileiros entraram para as estatísticas da fome, na comparação com o triênio 2019-2021;
➡️ Ao todo, são 10,1 milhões de brasileiros, o que representa 4,7% da população;
➡️Já no mundo, 735 milhões de pessoas (9,2% da população) não tiveram o que comer nos últimos três anos; 122 milhões de pessoas a mais que 2019.
Fome atingia 10,1 milhões de brasileiros de 2020 a 2022 — Foto: GloboNews
O progresso na redução da fome foi observado na Ásia e na América Latina, mas a fome aumentou na Ásia Ocidental, no Caribe e em todas as sub-regiões da África em 2022.
A África continua sendo a região mais afetada, com uma a cada cinco pessoas passando fome no continente, mais que o dobro da média global.
Segundo relatório da ONU, fome atingia 735 milhões de pessoas no mundo de 2020 a 2022 — Foto: GloboNews
A insegurança alimentar, que é quando falta (grave) ou há dificuldade (moderada ou grave) em adquirir alimentos e refeições, é outro indicador do relatório.
No Brasil, foram 20,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave; 9,9% da população. Entraram para a estatística, desde o último levantamento, 5,7 milhões de brasileiros.
Ao todo, o relatório mostra que 70,3 milhões de pessoas no país nem sempre tiveram o que comer em quantidade suficiente. São as pessoas que estão em situação de insegurança alimentar moderada/grave. Nove milhões de brasileiros entraram para esta estatística desde a última divulgação da FAO/ONU.
No Brasil, 70,3 milhões de pessoas estavam em situação de segurança alimentar moderada ou grave entre 2020 a 2022 — Foto: GloboNews
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), o mundo continua a produzir alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial, e serão políticas públicas eficazes que reverterão essa triste realidade.
"Até o ano de 2030, muito tem que ser feito, muito tem que ser trabalhado. Os países têm que pensar de uma forma unificada em modificar os sistemas alimentares e nutricionais para que a gente consiga atacar os problemas. Começou-se a pensar em outros problemas. As mudanças políticas, as crises econômicas, fizeram com que muitas pessoas caíssem abaixo da linha da miséria. Não é possível que nós aceitemos pessoas que não tenham comida, que estejam agora sem condições comprar um prato de comida para si e para a sua família”, disse Daniel Balan, representante da WFP e diretor do Centro de Excelência contra a Fome.
Já no mundo, 892,7 milhões de pessoas (11,3% da população) estavam em situação de insegurança alimentar grave entre 2020 e 2022.
Ao todo, em situação de insegurança alimentar moderada ou grave são 29,5% da população mundial, totalizando 2,3 bilhões de pessoas.
“A missão do governo é garantir que possamos tirar o Brasil do mapa da fome. Todos os ministérios estão trabalhado integrados com estados, municípios e entidades para garantir isso. Em breve será lançado o Plano Brasil Sem Fome, com o objetivo de reduzir a pobreza e a extrema pobreza”, disse o ministro Wellington Dias, do Ministério de Desenvolvimento Social.
Segundo o ministro, 18,5 milhões de famílias, sendo 43,5 milhões de brasileiros, já elevaram a renda em 2023 com o novo Bolsa Família.
*G1