Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
O governo planeja criar uma proteção de preço para produtores de arroz no país. O objetivo é incentivar novas plantações desse grão em mais estados e reduzir a dependência da colheita na região Sul.
A preocupação com o preço do arroz cresceu no governo com as enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram também as plantações.
A necessidade de expansão do plantio de arroz no Centro-Norte do país também reduziria o custo de frete para o produto chegar à mesa dos brasileiros do Norte e Nordeste, segundo auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva relataram ao g1.
Essa avaliação já existia antes mesmo das enchentes do Rio Grande do Sul, que impactou a atual safra do Brasil.
A medida em elaboração pelo governo prevê que produtores de arroz tenham a garantia de um preço atrativo. É o chamado contrato de opção de venda. O valor da saca de arroz deve ser combinado na hora da assinatura desse termo.
Se no momento da colheita o preço estiver abaixo do que foi estabelecido previamente, o produtor rural poderá vender para o governo pelo valor mais alto, que foi definido no contrato. Portanto, mais benéfico para quem decidiu plantar arroz.
Mas se o preço tiver subido além do esperado, o produtor não precisa vender para o governo e poderá ofertar o arroz a compradores, que estarão pagando mais do que o valor previsto no contrato público.
Esse mecanismo para ampliar a área plantada de arroz no Brasil foi discutido com o presidente Lula. Ele tem apresentado, nas últimas semanas, a preocupação com o preço do produto nas prateleiras dos supermercados.
O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional. As enchentes trouxeram dificuldades no campo. Mas o diagnóstico de que o país não pode depender tanto de um único estado já era citado por integrantes do governo desde o início do ano.
As chuvas no estado aceleraram as discussões para essa medida. Uma ala do governo defende que essa estratégia focada na expansão do arroz seja já incluída no anúncio do Plano Safra, previsto para os próximos dias. Mas isso ainda não foi decidido.
"Vamos inclusive financiar áreas de outros estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo", afirmou o presidente, em entrevista à rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí, na sexta-feira (21).
Rio Grande do Sul
O país já colheu quase todo o arroz da safra. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), vinculado ao governo do Rio Grande do Sul, foram colhidas 7,162 milhões de toneladas no estado na atual safra.
Isso representa uma ligeira queda de aproximadamente 1% em relação à colheita anterior (7,239 milhões de toneladas). Esse argumento tem sido apresentado por produtores gaúchos que são contrários ao leilão de importação de arroz.
No entanto, integrantes do governo citam que a safra do Rio Grando do Sul já vinha apresentando quedas.
Em 2022, o levantamento apontou 7,708 milhões de toneladas. Em 2021, foi de 8,523 milhões de toneladas.
Produtores de arroz estão em busca de alguma alternativa para reduzir o preço do arroz e evitar um novo leilão do produto, que foi anulado no dia 11.
Auxiliares de Lula dizem que, apesar dessa pressão do setor, o presidente deve manter o plano de realizar a importação de arroz nesse ano.
*G1