Sexta-Feira, 14 de março de 2025
Sexta-Feira, 14 de março de 2025
As passagens aéreas nacionais e internacionais dos destinos mais procurados pelos brasileiros para viajar em julho chegam a variar até 270% em um ano. Segundo levantamento da Kayak, empresa especializada em pesquisa de viagens, feito com exclusividade para o R7, enquanto o valor de ida e volta para Nova York caiu 58%, para Madri, o houve aumento de 270%.
A pesquisa considerou os destinos nacionais e internacionais mais solicitados pelos brasileiros para voos em julho e comparou os preços das passagens vendidas de abril a junho deste ano ao mesmo período de 2022.
Entre os destinos que mais aumentaram, além de Madri, está Miami, com 120%, e Porto Seguro (BA), com 100%. Já os que mais recuaram, depois de Nova York (EUA) vem Santiago, no Chile, com 45% de queda, e Maceió (AL), com redução de 35%.
"As análises fornecem insights importantes sobre tendências de viagem. Os dados podem auxiliar os viajantes a planejarem suas viagens levando em conta as variações de preços e escolhendo destinos mais acessíveis", afirma o country manager da Kayak Brasil, Gustavo Vedovato.
O executivo explica que isso acontece porque há muitas variáveis que influenciam na composição dos preços das passagens, como o valor do combustível de aviação, a oferta e a demanda, a configuração das malhas aéreas, variação cambial, antecedência de compra, alta ou baixa temporada, entre outros.
O levantamento foi realizado na base de dados da Kayak, considerando buscas por passagens para todas as cidades do mundo, a partir de todos os aeroportos do Brasil. Os preços e percentuais são uma média e podem variar com o tempo.
Em voos para julho
• São Paulo — 14% • Rio de Janeiro — 4% • Fortaleza — 34% • Buenos Aires — 7% • Salvador — 61% • Recife — 13% • Porto Alegre — 17% • Santiago — 45% • Lisboa — 68% • Porto Seguro — 100% • Maceió — 35% • Brasília — 17% • Natal — 55% • Miami — 120% • Belo Horizonte — 2% • São Luís — 8% • João Pessoa — 27% • Curitiba — 17% • Orlando — 15% • Nova York — 58% • Paris — 19% • Florianópolis — 53% • Foz do Iguaçu — 30% • Goiânia — 7% • Belém — 7% • Bariloche — 19% • Navegantes (SC) — 3% • Vitória — 54% • Madri — 270% • Manaus — 55%
Os preços de passagens aéreas caíram 17,26% pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15) de maio, a prévia da inflação oficial do governo. A deflação de passagem aérea veio depois de alta de 11,96% em abril. No resultado acumulado do ano, preço tem recuo de 20%. Já considerando os últimos 12 meses, sobe 5,65%.
Para o professor Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, isso é uma oscilação muito comum. E não quer dizer necessariamente que a pessoa vai comprar a passagem hoje e estará mais barata.
"É normal na sazonalidade das passagens. É uma tendência, mas não significa que vai cair para o mês que vem. Isso depende de vários fatores, depende dos preços internacionais dos combustíveis, de como vai ficar o câmbio, inclusive da oferta e da demanda. Dificilmente os preços vão cair. Existe um vaivém a cada mês", afirma o professor.
Em março deste ano, a média da tarifa doméstica foi de R$ 603,93, uma queda de 11% em realação ao mesmo mês de 2022, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A tarifa média chegou a atingir o pico histórico de R$ 724,65 em setembro do ano passado.
Quintella explica que os valores têm a ver com a conjuntura econômica, mas não necessariamente com o câmbio. "O dólar tem caído e está abaixo de R$ 5, mas isso não quer dizer muita coisa ainda, porque representa 60% dos custos da passagem. Tem o combustível dolarizado, o leasing das aerornaves é dolarizado. Então ainda é muito tributado", acrescenta o professor.
Segundo ele, o querosene de aviação poderia ser muito mais barato no país. Apesar de 90% do combustível ser produzido em território nacional, ainda está com paridade de preço internacional. "Pode ser que agora, com a nova política de preços da Petrobras, esse valor tenha outro rumo. Ainda tem que esperar um pouco para entender o processo para dizer se estamos numa queda no preço da tarifa consistente, que será contínua e que o consumidor vai se beneficar. Mas ainda eu falaria isso agora", conclu o especialista.
O governo articula um projeto com o objetivo de viabilizar passagens aéreas por R$ 200 por trecho para aposentados, pensionistas, estudantes que utilizam o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e servidores públicos que ganham até R$ 6.800.
O programa está sendo desenvolvido pela Secretaria Nacional de Aviação Civil e, até o momento, o setor aéreo tem se mostrado favorável à proposta. A previsão que seja anunciado no segundo semestre.
*R7