Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
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Reynaldo Gianecchini bateu um papo com Rodrigo Mussi para o canal Café com Mussi, e falou sobre sua vida pessoal e o tratamento contra o câncer linfoma não Hodgkin e. O ator, de 50 anos, contou como foi receber o diagnóstico em 2011.
Sobre a vida amorosa, ele contou que só teve um relacionamento sério após o fim do casamento com Marília Gabriela, que durou de 1999 a 2006.
"Nossa parceria é pra vida e de alma. Sempre fui de me relacionar muito, mas depois da Marília foi difícil. Estou solteiro já um tempão. Tive só um relacionamento forte depois dela e não foi um casamento. Desde então não tive mais. Acho que tem que ser um encontro. Sou um cara muito independente. Está tudo bem-estar sozinho. Valorizo estar solteiro, ir para qualquer lugar sem ter que negociar nada, conhecer gente... Acho uma delícia, mas não quer dizer que eu não queira. Gosto de me aprofundar nos relacionamentos, mas não está rolando. É legal ter pessoa para trocar", conta.
Em 2019, Gianecchini falou pela primeira vez sobre os rumores sobre sua sexualidade em entrevista à revista Ela. "Já tive, sim, romances com homens e acho que é esse o momento de dizer isso. Mas nunca me senti obrigado a empunhar bandeira de homossexualidade. O desejo, para mim, não passa nem pelo gênero nem pela idade", afirmou ele, na conversa.
"Eles não conseguiam descobrir que tipo de câncer eu tinha. Então foi gradual. Fiquei um mês no hospital para eles tentarem entender e a gente começar o tratamento. Neste um mês, imagina o que passou na minha cabeça. Foi o mês que eu tive medo. Quando falei: 'Vamos começar essa luta'. Eles falaram que não podia porque talvez nem fosse aquilo... Daí eu negava também. Foi legal por um lado porque fui me preparando. Sabia que ia ficar sem cabelo", relembrou.
"Acho sempre difícil quando a cabeça está bagunçada. Quando a cabeça está legal, você pode estar vivendo a história mais cabeluda, mas passa bem, como a história do câncer que eu tive. Eu estava tão bem de cabeça, que estava tao entregue para viver aquele processo, que não foi tão cabeludo. Me sentia bem durante o processo todo", garante.
"Outras fases da minha vida me desestruturaram muito, minha mente estava no lugar que me derrubava. Dai é difícil, nada te dá prazer, você não come e nem dorme direito. Por exemplo, Laços de Família foi um sucesso incrível, mas ninguém imagina como foi difícil para mim. Minha vida virou para outro lugar, virei pessoa pública e era um ator inexperiente, fazendo uma coisa daquela envergadura. Minha cabeça estava zoada. Aquele ano foi super difícil, de desconforto. Lembro de ir trabalhar quase que humilhado no estúdio, como e todo mundo estivesse olhando para mim e pensando 'tadinho dele'. Depois de dez anos, na época do câncer, eu estava lá pleno", explica.
Reynaldo Gianecchini — Foto: Lucas Ramos / Brazil News
Reynaldo ainda diz que acredita que o período com câncer foi uma oportunidade para ele se transformar. "Essa coisa de você estar neste território de dar uma olhada para a finitude próxima, encarando uma possível morte é tão transformador. Faz você amadurecer. Comecei a questionar tudo: 'o que sou de verdade?, para que, de onde vim?, para onde eu vou?'. Quando a gente está neste lugar totalmente vulnerável, tem que deixar o ego de lado. Eu estava doente, não podia malhar, tinha zero preocupação com a imagem, estava totalmente inchado, não podia beijar na boca, não podia namorar, não podia trabalhar... Sobra você viver ali na presença daquilo, totalmente imerso. Eu não brigava. Eu aceitei e encarei como se Deus quisesse falar comigo e essa era a forma", diz.
"Acho que o grande sentido é a gente aprender a amar. A gente só consegue realmente mudar as coisas quando a gente começa a vibrar em outro lugar, com o coração", analisa.
Entre os aprendizados está o de não se levar tão a sério. "Em Laços de Família só via o que não era legal. Agora na reprise fiz coisas legais que eu trazia. Não assisto mais com aquele chicotinho, me machucando. Sou mais flexível", acredita.
*Quem