Domingo, 10 de novembro de 2024
Domingo, 10 de novembro de 2024
Nesta quarta-feira (15), o cantor e ex-BBB Rodriguinho lança o livro "Rodriguinho - Fora da Caixa - Um novo Ciclo", em que promete mergulhar em sua trajetória dentro e fora do Big Brother Brasil 24.
O gshow quis ter uma palinha dos processos e aprendizados que o ex-brother teve dentro da casa, e que estão no livro, e o convidou para responder cinco perguntas.
Ele garante que não há mágoas, que tudo ficou na casa e que teve muitos aprendizados. Será? Com vocês: Rodriguinho!
Você declarou que a entrada no BBB 24 mudou sua vida. Após rever e escrever tudo o que aconteceu, ainda acha que mudou mesmo? Rodriguinho saiu da caixa ou arrependeu-se de algo no Big Brother Brasil? Rodriguinho: É duro, mas muito mais fácil a gente enxergar as coisas aqui fora. Lá dentro estamos completamente cegos e surdos, sem saber nada. No meu caso, entrei sem nunca ter assistido atento a um BBB, por estar trabalhando a maior parte do tempo. Somos expostos a um ambiente hostil, em que nossa personalidade enfrenta situações e dores incomuns e acaba mudando em alguns momentos. Eu me perdi de quem sou algumas vezes com reações que desconhecia até então. Quando saí, procurei estudar e saber onde feri algumas pessoas, no que as pessoas se incomodaram e entendi o porquê disso. Por isso, falo que saí da caixa. Enfrentei dores e medos que vivi no reality, mas também me fortaleci na minha identidade. Daqui para frente, a vida segue diferente: aberto para o novo, com uma nova consciência sobre quem sou, o que represento como pessoa e o que os meus erros representaram.
Eu me arrependo de não ter tido acesso às informações que tive quando saí. Minha intenção nunca foi ofender ninguém, agredir ninguém, nunca foi enfrentar ninguém. Na vida real, sou coração: cuido, protejo e defendo os meus e qualquer injustiça. No BBB, estava de coração aberto para experiência, mas com certos ensinamentos, seria outro jogador.
Sua conexão com Pitel e Michel foi tão forte que você os chamou para participar do livro. Além deles, como está a sua relação com outros participantes? Rodriguinho: Convidei Pitel, Fernanda e o Michel, que são amigos que trouxe para vida aqui fora. Meu prazo era pequeno e, devido a correria, o depoimento da Fernanda acabou nem entrando porque não deu tempo. Todos que chamei responderam prontamente. Queria pessoas que conviveram comigo lá dentro, não pessoas que jogaram em lados opostos. Só quem passou por um reality desse porte sabe o que é estar no BBB. Mas tenho uma relação boa com os participantes e com o que vivemos. O jogo ficou na casa.
Você chamou outras pessoas com as quais se conectou na casa do BBB, mas teve negativas, ou queria algo mais íntimo mesmo? Rodriguinho: Na verdade, todos que eu chamei, vieram aqui em casa e está sendo muito legal a convivência aqui fora. Só a Fernanda não conseguiu vir ainda, mas devido à correria da agenda. Estamos disponíveis um para o outro.
Sua mulher também participa do livro. Como ela lidou com sua participação no reality? Rodriguinho: Acho que ela foi quem mais sofreu aqui fora com tudo, juntamente com minha família. Ela estava na linha de frente recebendo ataques. Entendo que foi muito difícil aguentar. Quando você vê uma pessoa que você gosta sendo atacada, é difícil ficar quieto pra não prejudicar o jogo. Ela aguentou durante um tempo, mas, quando vieram ameaças de vida a ela, a meus filhos e xingamentos com inverdades, ela começou a se posicionar e entrando em uma “guerra” que incitavam um “cancelamento” que nem chegou a existir. Os haters queriam que o pior acontecesse, mas ninguém soltou a mão de ninguém e, muito pela força dela, minha fortaleza se deu dentro e fora do jogo. Foi uma das experiências mais loucas e incríveis que vivi. Hoje estou em construção, fortalecido no amor e com uma energia criativa e conexão fora do normal para os novos projetos.
O documentário do Davi, no Globoplay, usa uma frase dita por você como título do trabalho. Com está a relação de vocês fora da casa e como se sentiu com o nome do documentário? Rodriguinho: Vi que a divulgação do documentário estava sendo com uma frase que eu disse, embora a frase tenha sido mal-interpretada, não foi da forma que as pessoas entenderam. Para mim foi muito tranquilo, vejo como uma oportunidade de trazer a visão real sobre o que foi dito. A ideia nunca foi diminuir ou atacar o Davi. A frase foi dita logo no início do programa, quando ninguém conhecia ninguém. Não era para achar que alguém já seria maior que o outro na casa, todos estávamos iguais então foi mais numa de: ‘Cara, por que vocês estão com tanto medo? Ele é um menino comum, da Bahia e tal’. Não tinha por que falar “mal” do Davi , não sabia nada a seu respeito, da trajetória. Pensando agora sobre a frase, depois de ter compreendido e aprendido sobre o lugar que queriam levar pra reflexão social, me sinto honrado em ter essa frase como título do doc.
Fui um menino comum e ainda sigo sendo. Somos homens pretos, periféricos e que vencem na vida sem passar por cima de ninguém, jogando limpo pela nossa fé, amor à família, pelo sonho de mudar de vida e pela nossa coragem de ver de mundo além do que nos apresentam. Eu me orgulho de ter participado dessa edição, que tinham vários meninos e meninas comuns e que inspiraram vidas através de suas vidas desde antes do BBB. Todos vitoriosos. Davi fez por merecer cada conquista desse prêmio, um dos maiores jogadores que o BBB viu.
Na final do BBB, ele me deu um abraço e me chamou de paizão, como se estivesse dizendo: ficou para trás o que vivemos no jogo, entendi e sinto assim. Todos vencemos com ele. Também já conversamos após o programa, ofereci apoio no que precisasse, como fiz com a Pitel. Também me desculpei com ele, falei que havia pedido desculpas à família dele logo que saí, que a mãe dele tinha me ligado e os convidei para os meus shows e o que mais precisassem. Quando acalmar, e estiver na Bahia ou ele em SP, espero receber ele e sua família. Tudo no tempo certo, é um menino bom.
*gshow