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Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Esportes

Alison dos Santos rebate críticas após ganhar bronze nas Olimpíadas: 'Muita gente comendo batata atrás do sofá'

Alison dos Santos rebate críticas após ganhar bronze nas Olimpíadas: 'Muita gente comendo batata atrás do sofá'

(Imagem: Andrej ISAKOVIC / AFP)

Cotado como um dos principais favoritos a vencer uma medalha para o Brasil em Paris-2024Alison dos Santos confirmou as expectativas e faturou o bronze nos 400 metros com barreiras, nesta sexta-feira, no Stade de France. Ao fazer o tempo de 47s26, Piu repetiu o feito de Tóquio-2020 e garantiu o terceiro lugar na decisão, atrás do americano Rai Benjamin (ouro) e do norueguês Kasrten Warholm (prata). Após mais um sucesso olímpico, o velocista de 24 anos aproveitou para mandar recados após sofrer algumas críticas.

Nas fases eliminatórias, Alison não vinha tendo o melhor desempenho. Por exemplo, nas semifinais, disputadas na última quarta, terminou sua bateria em terceiro, e precisou esperar outros resultados para saber se tinha avançado à decisão. Com a medalha no peito, ele revelou na zona mista do estádio que os últimos dois dias foram de desconexão das redes sociais, para não ser atingido por opiniões alheias.

— Depois da semifinal, eu dei uma desligada da rede social, porque as pessoas falam muita b*. Não sabem do que eles estão falando. Tem muita gente que está comendo batata atrás do sofá, que não consegue correr dez metros que vai ter um infarto, e fica falando m* da gente. Acho que é muito importante ter a noção de que o que eles falam tem peso — disse Piu. — Eu, literalmente, não estava olhando, não estava dando a mínima importância para isso. Mas eu vi isso acontecendo nos Jogos, de pessoas se sentindo mal pelo que eles estavam falando, e eu acho que isso não é legal.

Mostrando bastante incômodo com as críticas, Alison defendeu os atletas que chegam a uma Olimpíada, e valorizou o próprio esforço. Seu ciclo foi marcado por uma lesão no joelho direito, que o obrigou a passar por uma cirurgia. O retorno, neste ano, porém, foi um sucesso, terminando no segundo pódio olímpico da carreira.

— Obviamente, é um momento importante para a gente, isso aqui é a nossa vida. Aqui, a gente quer performar, correr rápido, dar o nosso melhor resultado. E se não conseguir, beleza. A gente já fez muito mais do que muitas pessoas. Quando você para para criticar um atleta, alguém que não conseguiu a melhor performance, que não passou para uma final, não fez um recorde mundial, não quebrou o recorde sul-americano... vamos fazer um censo de autocrítica — prosseguiu.

— O que você faz? Você tá entre os melhores do mundo na sua profissão? Se não, então nem começa a falar nada. Fica quietinho no seu canto que é melhor — disparou Alison.

Além disso, na semifinal, ele foi superado pelo francês Clément Ducos, que o deixou com o quarto melhor tempo geral. Entretanto, o possível intruso não conseguiu chegar ao pódio, ficando no quarto lugar. Antes, ele havia dito que achava que Alison não estava na melhor forma, e que tinha chances de medalha. O brasileiro preferiu não responder.

— Não vou responder nada para ele. Eu vi esse comentário, falando que o Alison do Santos estava fora de forma e tudo mais... mas estou no pódio. É isso que eu tenho para falar. A casa era dele, respeito muito, fez um bom resultado, uma boa semifinal, teve uma boa participação nos Jogos Olímpicos. O esporte é simples, o atletismo é simples: quem passar a linha ali, é isso. É democrático — disse.

Alison dos Santos, o Piu, vence a medalha de bronze nos 400 metros com barreiras em Paris-2024 — Foto: Wander Roberto/COB
Alison dos Santos, o Piu, vence a medalha de bronze nos 400 metros com barreiras em Paris-2024 — Foto: Wander Roberto/COB

Por fim, Piu garantiu que sai de Paris mais leve para o próximo ciclo olímpico. Afirmando que aprendeu a lidar melhor com a pressão, em uma Olimpíada de estádio cheio, diferente de Tóquio, já mira as disputas do próximo Mundial e dos próximos Jogos: Los Angeles-2028.

— Quero continuar aproveitando. Aprendi muito com esses Jogos Olímpicos, de não deixar a pressão subir para a cabeça. Eu não devo nada a ninguém. Então, tenho certeza que vou chegar mais leve para o Campeonato Mundial, no ano que vem. E para 2026, 2027 e (a Olimpíada de) 2028 também — finalizou Alison dos Santos.

*O Globo