Fluminense faz jogo pobre contra o Corinthians e mantém o alerta ligado

Jogando no Maracanã, o Fluminense poderia começar a sonhar com a saída da zona de rebaixamento nesta rodada se vencesse. Precisaria ainda secar o Vitória, que não poderia superar o Cruzeiro, mas o triunfo sobre o Corinthians era essencial para a situação tricolor. Não aconteceu.

Registre-se o peso da lista de desfalques do Fluminense, que não era pequena. Diogo Barbosa e Martinelli estavam lesionados, e Renato Augusto sentiu dores na coxa em treino. Marcelo, Marquinhos e Cano ainda estavam em transição. Os suspensos eram Mano Menezes, Arias e Ganso - este, principal maestro do meio-campo e talvez o melhor jogador tricolor no ano, foi a ausência mais sentida contra o Corinthians.

O auxiliar Sidnei Lobo comandou um time com novidades, que veio a campo com Isaac e Bernal entre os titulares. Em um dos primeiros momentos de perigo do jogo, Ignácio surgiu bem para recuperar a bola em lance com Pedro Raul, que desistiu de dar sequência à jogada para pedir uma falta.

Não à toa, os lances de destaque se contam nos dedos de uma mão: primeiro com jogada e finalização de Samuel Xavier, depois com cabeceio firme de Kauã Elias. No geral, foi um primeiro tempo pobre de ambos os lados; Fábio só trabalhou mesmo em cabeceio fraco de Talles Magno.

Para a etapa final, as mudanças no Fluminense começaram pela saída de Esquerdinha e a entrada de Keno. Aos 10 minutos, o camisa 11 cruzou para Isaac - que vinha de primeiro tempo muito ruim, mas se redimiu - bater de primeira; Cacá surgiu para cortar.

O Corinthians esteve à frente no placar por poucos segundos, quando Charles aproveitou passe de Bidu. Por fim, a jogada foi anulada corretamente por falta de Wesley em Samuel Xavier - o que não muda, entretanto, a falha na tentativa de drible ou mesmo a insistência do camisa 2 em tentar cavar faltas em outros lances no Maracanã.

A análise acaba condicionada pela ausência de grandes fatos em um jogo morno. As entradas de Nonato, Serna, John Kennedy e Thiago Santos pouco alteraram a dinâmica de uma partida que acabou não sendo boa nem para o Fluminense, nem para o Corinthians.

Os pontos mais positivos foram os desempenhos de Bernal - que ainda oscila, mas saiu aplaudido e tendo demonstrado muita segurança em duelos - e Ignácio. O zagueiro deixou o gramado com dores no joelho esquerdo e será reavaliado neste domingo no CT, mas mostrou que está na briga pela vaga ao lado de Thiago Silva.

A confusão de Lima em domínio no último lance da partida acaba servindo como um bom lembrete do que é o momento do Fluminense. Os resultados na transição do comando de Fernando Diniz para Mano Menezes, com direito a série de quatro vitórias consecutivas no Brasileirão, rapidamente empolgaram a torcida. Os retornos de Arias e Thiago Silva também auxiliaram nesse processo.

As recentes atuações ruins - que culminaram, por exemplo, em uma merecida eliminação na Copa do Brasil - agora mostram o outro lado da situação tricolor. Talvez ainda seja cedo para trilhar o caminho que Mano Menezes diz ter visto após a vitória sobre o Palmeiras. O alerta do Fluminense na temporada 2024 segue ligado, barulhento, espalhafatoso. Nem todas as noites de escassez criativa serão atenuadas por rivais que também vivem em crise.

O Fluminense volta a campo na próxima terça-feira, às 19h, para encarar o Grêmio na Conmebol Libertadores. Derrotado por 2 a 1 na ida, o Tricolor carioca precisa vencer por dois gols de diferença para avançar de forma direta às quartas.

*GE