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Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Esportes

Praia do Francês, em Marechal Deodoro, vira referência nacional do surfe

Praia do Francês, em Marechal Deodoro, vira referência nacional do surfe

(Imagem: Divulgação)

A Praia do Francês, em Marechal Deodoro-AL, se tornou recentemente uma das Reservas Nacionais de Surfe ao lado de Itamambuca, em Ubatuba-SP, Regência, em Linhares-ES, e Moçambique, em Florianópolis-SC. Presidente da Federação Alagoana de Surf e bicampeão brasileiro, Tânio Barreto, conversou com o ge sobre essa conquista e explicou de que forma a praia pode ser potencializada.

- A Praia do Francês sempre foi um palco para a realização de eventos de surfe porque é um lugar que as ondas são muito constantes e qualidade das ondas é excelente. Inclusive, do Nordeste, ela tá número um pra mim. Eu, que conheço o esporte, viajei o mundo inteiro representando o estado de Alagoas durante 17 anos, falo que a Praia do Francês é uma referência mundial pela qualidade das ondas - comentou Tânio, acrescentando:

Tânio Barreto, presidente da Federação Alagoana de Surf — Foto: Arquivo Pessoal

Tânio Barreto, presidente da Federação Alagoana de Surf — Foto: Arquivo Pessoal

- Aproveitando isso, o próprio Francês acolhe muito bem, não só os turistas, como os praticantes de surfe. Têm vários atletas que moram em outros estados que eles acabam vindo pra cá, com fotógrafos, para produzir material de mídia para seus patrocinadores, devido à qualidade da onda, o lugar que é muito bonito, a questão de hotelaria que é muito boa, restaurante, a gastronomia ótima. É um lugar que é tudo muito perto. Então, é muito favorável para o turista, para o surfista que não mora aqui, pra trazer grande eventos pra cá. A Praia do Francês mereceu ter ganhado essa patente. Eu conheço as outras praias, morei no Sul, e lá tem a Praia de Moçambique (Florianópolis), também com altas ondas, é linda, só que tem outras praias com ondas excelentes. Aqui não, a Praia do Francês, referente ao Nordeste, é a número um. Isso é um diferencial gigante para quem pratica o surfe.

Tânio disse ainda que para realização de um evento de grande porte é preciso firmar parcerias público/privado e que há uma solicitação junto ao governo de Alagoas para que entre em vigor a lei de renúncia fiscal.

- Tem uma empresa de telefonia que todo ano faz contato comigo. Ano passado, por exemplo, nós fizemos um grande evento, o maior evento do Brasil de surfe nacional trouxemos pra cá. E lá a confederação teve a captação do Ministério dos Esportes. Tinha uma empresa de telefonia que queria aportar incentivo fiscal R$ 5 milhões pra cá para o estado, mas, infelizmente, não temos a lei em vigor, que é a lei de renúncia fiscal de ICMS aqui no estado. É uma pauta que já falei com algumas pessoas, com a secretaria de esporte, já me informei e acho que é um dos poucos estados do Brasil que ainda tem essa carência - analisou Tânio, completando:

- Mas a informação que me passaram é que esse decreto está em andamento. Acredito que o governador vai apreciar com o corpo jurídico dele, com os deputados, para poder assinar e validar. É muito importante porque enxuga a máquina pública. A gente economiza o recurso público e usa o privado. Então é importante chamar atenção disso justamente para fortalecer não só o surfe como as outras modalidades. O surfe é olímpico. Temos também essa patente para que as empresas possam investir. É o segundo esporte mais praticado no mundo. Somos a bola da vez agora.

Praia do Francês é palco de competições nacionais de surfe — Foto: Divulgação

Praia do Francês é palco de competições nacionais de surfe — Foto: Divulgação

A Praia do Francês faz parte do calendário nacional. Em maio deste ano, recebeu surfistas de várias nacionalidades para Qualifying Series 3000 (QS), torneio em que os melhores surfistas se qualificam para o Challenger Series (CS), divisão de acesso para o Championship Tour (CT).

Agora, o presidente da federação corre contra o tempo para o estado sediar uma das etapas no calendário nacional.

- Nos últimos dois anos, trouxemos grande eventos para o município de Maceió. Tivemos o apoio da prefeitura, do Ministério dos Esportes e da Confederação Brasileira, trazendo grandes marcas, grandes patrocinadores e fazendo a economia circular no município. Esse ano não é diferente, nós já temos o apoio do COB, da Confederação, do privado, e estamos aguardando um retorno do Estado de Alagoas para saber se eles têm interesse de receber um evento como esse. Se chama Taça Brasil, com R$ 200 mil em premiação. A confederação está aportando R$ 550 mil.

Tânio disse que a Taça Brasil tem ainda enorme potencial para atrair mais turistas ao estado.

- Precisamos de uma contrapartida do estado para poder levar esse evento justamente para a Praia do Francês. Eu estou há quatro meses trabalhando nesse evento e não consegui um retorno do governo do estado. São quatro etapas no ano, eu fui em Santa Catarina falar com o presidente da confederação, Teco Padaratz, ele tirou de Santa Catarina esse evento para ser realizado aqui em Alagoas. Eu coloquei a demanda na secretaria de Turismo e na Secretaria e Esporte do estado e até agora não tivemos um retorno oficial se o estado vai ou não apoiar. Eu já recebi carta do Estado da Bahia querendo levar o evento pra lá. São quatro etapas no ano. Eu tenho aproximadamente uma semana, duas, para ter essa posição do governo. O crescimento do surfe faz a economia circular, são 300 atletas que estarão presentes, 15 estados do Brasil, são 10 dias de evento. Isso divulga o turismo, o esporte, a cultura do lugar.

*GE/AL