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Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Esportes

Vasco se classifica, mas dá chance ao azar e expõe limitações do elenco

Vasco se classifica, mas dá chance ao azar e expõe limitações do elenco

(Imagem: Alexandre Durão / ge)

Felicidade, alívio e preocupação. Essas três emoções marcaram a noite do torcedor do Vasco em São Januário na vitória contra o Atlético-GO, que classificou o time para as quartas de final da Copa do Brasil, fase a qual o time não alcançava há nove anos.

A felicidade se deve ao feito já destacado. O Vasco voltou ao protagonismo de um campeonato nacional importante e se colocou entre as oito melhores equipes do torneio com méritos. O alívio vem pela tensão do jogo eliminatório e pela conquista da vaga, mesmo com a atuação do time no segundo tempo, que gera preocupação para o futuro do timeO Vasco deu chances para o azar nas duas partidas do confronto.

Vasco x Atlético-GO em São Januário — Foto: Alexandre Durão

Vasco x Atlético-GO em São Januário — Foto: Alexandre Durão

No jogo de ida, o Vasco já havia escapado de uma derrota feia ainda no primeiro tempo em Goiânia, quando foi para o intervalo atrás no placar por "apenas" 1 a 0, depois de não ver a cor da bola. No fim do jogo, Vegetti deixou tudo igual, tirando a vantagem do Atlético-GO, que seria merecida.

No jogo desta terça-feira em São Januário, a equipe mudou peças e o estilo de jogo: saíram Coutinho, lesionado, e David, por opção técnica, e entraram Payet e Sforza. O volante argentino foi o cabeça de área da equipe, escolhido pela capacidade de ditar o ritmo do jogo, enquanto o meia francês atuou na faixa de criação do ataque, com liberdade da esquerda para o meio. Paiva optou por um 4-3-2-1 no lugar do 4-2-3-1.

Payet

Payet

Maicon

Maicon

Léo

Léo

Léo Jardim

Léo Jardim

Paulo Henrique

Paulo Henrique

Vegetti

Vegetti

Hugo Moura

Hugo Moura

Lucas Piton

Lucas Piton

Adson

Adson

Sforza

Sforza

Mateus Carvalho

Mateus Carvalho

A estratégia mirava um Vasco com maior controle de bola e sem ser ameaçado pelo Atlético-GO. No primeiro tempo, deu certo. Sforza controlou muito bem o meio de campo, que teve Hugo Moura com boa atuação, mas Mateus Carvalho mais abaixo, sem conseguir conduzir bolas e quebrar linhas de marcação — função que é necessária em um esquema de três volantes, e que o Vasco sofre para encontrar um substituto desde a lesão de Paulinho.

Na frente, Payet e Adson atuaram com liberdade por dentro, e os laterais foram muito usados no ataque. Em uma jogada com participação de Paulo Henrique, saiu o gol da vitória vascaína por 1 a 0, com Piton pisando na área adversária e sendo decisivo para o Vasco mais uma vez na Copa do Brasil.

No entanto, pelo desgaste físico do time, foi notório que o Vasco sentiu a partida na volta do segundo tempo. Aos 15 minutos, Paiva optou por tirar Payet e Hugo Moura do time. O francês, desgastado, foi substituído por GB, que teria a função de segurar mais as bolas no ataque, o que não aconteceu devido à má atuação do jovem atacante. JP, outro garoto da base, entrou na vaga de Hugo para conduzir e criar no meio, mas também não teve sucesso.

Vasco x Atlético-GO - Payet — Foto: Alexandre Durão

Vasco x Atlético-GO - Payet — Foto: Alexandre Durão

O Atlético-GO cresceu na partida, e o Vasco foi obrigado mais uma vez a mexer: Lucas Piton sentiu, e Victor Luís entrou. Mateus Carvalho, que não fez bom jogo, deu lugar a Galdames. A partir deste momento, o desempenho do time de Rafael Paiva desandou ainda mais, especialmente do meio para frente.

Precisando de vitalidade no meio de campo e um ataque veloz para puxar contra-ataques, o Vasco tinha Sforza na frente da área defensiva, JP e Galdames, com pouca intensidade no meio, e GB ao lado de desgastados Adson e Vegetti — este que sofreu para puxar contra-ataques, jogada que foge totalmente de suas características, e perdeu boas chances. Ou seja, não deu certo — por erros de leituras e falta de opções.

Com o segundo tempo muito abaixo, o Vasco deu chances para o Atlético-GO empatar o jogo no Rio de Janeiro, mas o adversário não soube aproveitar. No entanto, o desempenho na etapa final liga o alerta para um ponto importantíssimo para o restante da temporada: a necessidade de reforçar o elenco.

Na entrevista coletiva, Rafael Paiva deixou claro que tem a intenção de colocar mais jogadores em campo para ampliar as opções do elenco. Apesar de ter recuperado alguns atletas desde que assumiu o profissional do Vasco, Paiva não obteve o mesmo sucesso com Galdames, por exemplo, que mais uma vez não teve boa atuação — o mesmo aconteceu com Zé Gabriel, que entrou contra o Bragantino, falhou no lance do gol de empate do adversário e sequer foi relacionado nesta terça.

A equipe expôs a própria limitação quando o banco precisou ser utilizado, devido ao desgaste dos titulares do Vasco. E o time caiu demais de produção.
 
Vasco x Atlético-GO em São Januário Rafael Paiva — Foto: Alexandre Durão

Vasco x Atlético-GO em São Januário Rafael Paiva — Foto: Alexandre Durão

O Vasco precisa de opções prontas para o momento da temporada que se aproxima, com jogos decisivos na Copa do Brasil e no Brasileirão, no qual o time não vence há três rodadas e viu a distância para o Fluminense, primeiro time na zona de rebaixamento e próximo adversário. E para ter essas opções, o Vasco precisa contratarCarências do elenco como opções para o centro da defesa e atacantes de velocidade que cheguem para jogar ainda não foram solucionadas.

Mesmo com problemas, o Vasco teve méritos e se classificou mais uma vez na força de São Januário, com mais uma noite decisiva de Lucas Piton e recorrendo a Léo Jardim quando necessário — o goleiro fez grande defesa em chute de Derek, chance mais clara do Atlético-GO. Outra boa notícia é que a defesa não sofreu gols, o que vinha acontecendo há quatro partidas.

A classificação merece ser muito comemorada pela importância esportiva, financeira e anímica que estar entre os oito melhores da Copa do Brasil proporciona. O Vasco não deve em hipótese nenhuma deixar o Brasileirão de lado, mas deve se permitir sonhar com a aventura no principal mata-mata do país.

*GE