Sexta-Feira, 03 de janeiro de 2025
Sexta-Feira, 03 de janeiro de 2025
O advogado e ex-ministro de Segurança José Raúl Mulino, de 64 anos, foi eleito presidente do Panamá em votação neste domingo (5).
Com 80% dos votos contados, Mulino aparece com 34%. O segundo colocado, Ricardo Lombana, que tem 25% dos votos, reconheceu a derrota para o adversário. Logo depois,a autoridade eleitoral do Panamá declarou a vitória de Mulino.
Além de eleger presidente, os panamenhos também escolheram 71 deputados e os líderes de governos locais.
Mulino liderou as pesquisas e, antes da votação, tinha o dobro das intenções de voto em relação aos três principais concorrentes. Ele é herdeiro político do ex-presidente Ricardo Martinelli, que foi condenado por lavagem de dinheiro e está refugiado na embaixada da Nicarágua desde fevereiro.
O novo presidente substituiu Martinelli como candidato do partido Realizando Metas (RM, as siglas do ex-presidente), depois que este foi inabilitado como candidato após a confirmação de uma condenação contra ele de quase 11 anos.
Martinelli, também indiciado por espionagem telefônica e por receber subornos da construtora brasileira Odebrecht, é popular pela prosperidade econômica que o país viveu em seu governo (2009-2014).
A candidatura do próprio Mulino só foi validada pela Justiça dois dias antes da votação —o nome dele havia sido impugnado por não passar por primárias e por não ter um vice-presidente na chapa.
Depois de votar neste domingo, Mulino depois visitou Martinelli na embaixada da Nicarágua.
Em um país sem partidos de esquerda, os candidatos fizeram promessas semelhantes: empregos em abundância, dinamismo econômico e reformas anticorrupção.
O atual presidente, Laurentino Cortizo, do majoritário Partido Revolucionário Democrático (PRD, social-democrata), enfrenta críticas pelo pagamento de bolsas para políticos e seus familiares.
José Raul Mulino, novo presidente do Panamá, e sua esposa Marisel Cohen — Foto: Daniel Becerril/Reuters
Embora a economia tenha crescido 7,3% em 2023, este ano desacelerará para 2,5%, segundo o FMI, afetada pela seca que atinge o Canal do Panamá e pelo fechamento de uma mina de cobre após protestos em massa em defesa do meio ambiente.
Ameaçando sua competitividade, o canal reduziu o tráfego de navios devido aos baixos níveis de água; enquanto a empresa mineradora canadense, que gerava 40 mil empregos e 5% do PIB, iniciou um litígio para reivindicar US$ 20 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) em compensação.
*G1